quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobre máscaras e simulacros

Ultimamente eu tenho pensado tanto sobre a grandiosidade das pequenas coisas, dos pequenos gestos, tenho me questionado muito e silenciosamente acerca da vagueza que, na maioria das vezes, tem servido como argamassa para as relações humanas.Tenho refletido sobre as máscaras que as pessoas usam e que nos oferecem, e que quisera eu, fossem apenas alegoria, mas que de tão bem encaixadas já foram assumindo as vezes de uma segunda pele, um simulacro qualquer de inexatidão, atrás de um verniz qualquer de respeito.
Mas eu ainda acho que respeito mesmo você tem por aquelas pessoas que conseguem lhe enxergar de fato e de direito, sem o véu que adorna nossos tolos desejos ou fantasias. Penso que sou respeitada quando posso ser quem eu sou e essa dimensão do que em mim é humano ou quase santo, não limita nem melindra, não agride e nem dilacera, podendo até provocar alguns atritos, daqueles que trazem na sua essência o germinar de outros crescimentos, alicersando as bases, soldando a segurança, lapidando a pedra bruta e não menos valiosa da convivência, do comungar, da partilha que liga os espíritos afins num laço qualquer de irmandade, amor e busca.
Sim, tenho a cada dia que passa acreditado mais e mais que a afinidade entre os espíritos movimenta a busca, o encontro, a sintonia, o discurso amoroso do silêncio, esse espaço restrito e tão reservado a DEUS, ou qualquer outro nome que Ele tenha! Ele que se esconde na grandiosidade das pequenas coisas, dos pequenos gestos, Ele que invade o nosso pensamento, de repente e nos pede para amar, amar, amar, amar e quando nos parecer imposível mesmo amar tanto, amar mais e mais e em silêncio...silêncio para podermos ouvir as respostas ecoantes dos nossos próprios sentimentos. Tão somente!
(...) Eu também já estive na Caverna de Platão!


Waleska Dacal