sábado, 31 de maio de 2008

"Que importa falarmos tanto? Apenas repetiremos."

Thiago de Mello.

Parada obrigatória para as minhas constantes reflexões sobre a importância do silêncio...
tenho pensado tanto a esse respeito ultimamente, que penso estar com algum transtorno obsessivo-compulsivo.
Mas, nas lacunas que vão se amontoando entre um silêncio e outro, dia após dia, vou colecionando palavras,
dentro de mim,
ao meu redor,
sob e a respeito de coisas,
situações e pessoas,
situações e pessoas,
situações e pessoas.
Há pessoas que merecem nossas melhores palavras,
as que vêm naturalmente da alma, desarmadas, algumas vezes brutas, por que palavras polidas, serão sempre palavras pensadas, estudadas, compelidas.
Há pessoas que merecem nossas piores palavras, de desprezo, de fúria, de indignação, de desrespeito até, de menosprezo.
Há pessoas que nos deixam sem palavras, sem compreensão alguma do que, de fato, elas representam para nós e do real lugar que elas ocupam nas nossas vidas.
E, há aquelas, que se pudéssemos repeteríamos muitas e muitas vezes, insistentemente, o quando elas nos são imprescindíveis, o quanto elas nos fazem falta, o quanto nos são caras e o quanto as amamos, a despeito de... e apesar de...
Entretanto, há aquelas pessoas que, ao olharmos mais atentamente, demoradamente, perceberemos que não merecem nada mais que o nosso precioso silêncio, digo precioso por que sei o quanto é difícil fazer um voto de silêncio quando se têm uma dúzia de perguntas, todas sem respostas.
Bom, a casa da moeda deveria fazer do silêncio uma moeda forte...
metal de valor crescente, ascendente, investimento seguro para pessoas cautelosas e mais ainda para os desavisados, aqueles tantos que, assim como eu, estão aprendendo, a duras penas,
que diante de fatos e de evidências, o melhor a fazer é permanecer calado.Por que o tempo é mesmo a melhor resposta para todas as coisas!

WDR


Arroz de festa!

Ando numa daquelas fases minhas de reflexão profunda, tenho lembrado muito da minha mãe também, das palavras insistentemente repetidas pela experiência de vida dela, e pelos relatos ouvidos de outras experiências tantas!
Tenho avaliado, silenciosamente, as atitudes de pessoas que me são caras, não na tentativa de julgá-las, ou sentenciá-las, mas para oferecer a minha bússola interior um novo sentido de orientação, e quem sabe assim silenciar as vozes internas que me infernizam pedindo que eu não seja tão crente, tão aberta, tão verborrágica em relação as coisas que sinto. Então, tenho dedicado boa parte do meu tempo, que já é tão curto, a silenciar essas vozes.
Gosto de escutar meus amigos, sempre aprendo muito com as vivências deles e por dias seguidos não me sai da cabeça a voz do João me dizendo que os amigos, amigos mesmo, que ele têm hoje, ele chega a contar numa única mão...
Tenho emudecido tanta coisa, diante da constatação de outras tantas, mas talvez pelo cansaço experimentado com a própria vida, ou pela minha limitada paciência, só sei que não estou mais disposta a perder meu tempo com amizade arroz de festa, digo, aquele tipo de amigo que só serve para as ocasiões figurativas, os bons momentos, ou outras situações sem muita importância.
Quero amigos que confiem em mim além do meu riso bobo e quase constante, além das besteiras que eu falo quando estou com o meu humor em alta, quero amigos que confiem em mim e dividam comigo suas alegrias na certeza de que o meu coração irá vibrar com eles, sem o receio de que eu possa sentir inveja da sua felicidade, ou ainda que confiem em mim pra desabafar as suas dores na certeza de que eu também ficarei triste, verdadeiramente triste!
Quero amigos que amem o amor que eu sinto por acreditarem que esse amor me é importante, ainda que achem que eu poderia encontrar algo melhor, mas que não roubem a minha esperança, nem o meu sonho, nem o direito que eu tenho de descobrir sozinha, se estou ou não enganada acerca desse amor, e que depois possam me acalentar quando a pancada for muito grande, pelo simples fato de ficar ao meu lado, e não me digam em hipótese alguma: "eu não disse?" mas seja enfático em repetir: "Vai passar, estou aqui!!!"
Ouvi algo semelhante recentemente do João: ao falarmos sobre essas coisas do coração, e dividindo com ele as minhas inquietações os meus sentimentos, ele disse:
"Waleska, eu não concordo, mas se você acredita nisso, viva!Se você se machucar eu estarei aqui pra lhe dar colo e lhe ouvir!"
Quero amigos que lembrem de mim ao ver o sol nascer, ao ver o sol se pôr, e digam a si mesmos: "Waleska adoraria ver isso!"
Quero amigos que acreditem, realmente, que sou amiga e que podem contar comigo sem reservas e que jamais precisem me procurar pra saber o que aconteceu quando eu resolver me afastar em silêncio, no mais absoluto silêncio, pois, se isso acontecer, eles têm que, pelo menos, me conhecer o suficiente para entender que eu percebi que a amizade que julguei verdadeira não passou de um engano...e ai, já não há mais nada a fazer!
Waleska Dacal
"Eu bato o portão sem fazer alarde, eu levo a carteira de identidade, uma saideira, muita saudade e a leve impressão de que já vou tarde!"

sábado, 24 de maio de 2008

VAGAS VOZES!

Já se tornou um vício escrever, a abstinência causada pela ausência desse ato provoca em mim sensações torpes e inquietantes, um monte de palavras soltas vão se juntando em cada canto ocioso meu, por dentro e por fora, e vão deteriorando o meu sorriso...tenho escutado vozes!
Uma minha interior e sarcástica,
outra sua, amendrontada e covarde,
ou seria justamente, dentre elas, a mais corajosa de todas, por se manter calada na vaguidez das coisas?
Sinto coisas que um álcool forte não sossega, nenhum barbitúrico ou tranquilizante. Afago uma xícara de café, na esperança de encontrar algum calor humano, e o cheiro forte, o gosto amargo e lento, ensaia alguma forma dentro de mim e me alerta:
Tenho andado tão dispersa ultimamente!Sua proximidade me desconcentra, "so far, so close", inatingível, desejável, intransponível, proibida!
De alguma forma, e seguindo alguma lógica que eu justifico, mas não compreendo, sinto que seguimos paralelamente caminhos tão parecidos, cheios de desejo, curiosidade, vontade, vontade mesmo, daquela de tirar o fôlego! Eu não sei quanto a você, mas isso me faz rir!Rir não de mim, nem de você, mas da grande ironia que é ter que esperar pelo tempo. Esperar que ele coloque os seus dedos mágicos e defina isso que não consigo controlar, e que foi tomando conta das nossas palavras, ditas e não ditas, sufocando, inquietando, intumescendo!
Que nos reste, então, além dessas palavras que lhe dedico, e que podem ser facilmente cooptadas pela sua curiosidade -basta você vir aqui - a certeza de que só de pensar em você me falta o ar, me sobram palavras, que vou amontoando aqui, amorfamente, tirando a minha roupa pra você, nesse espaço eletrônico, permitindo que você me vasculhe, mentalmente, através dessa vitrine virtual, aceitando o que não entendo, me subscrevendo, me resignando, me fortalecendo, até que tudo isso, um dia, em nossas mentes soe como vagas vozes!!!E tenho dito.
Waleska Dacal

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Lygia Reinach e Marilene

Sei não, têm coisas que, sinceramente, eu não consigo não escrever nesse blog, seria imperdoável! A de hoje, vem da Marilene, ela nunca mais tinha dito uma digna de ser postada aqui, mas lá vai...
então estávamos eu, Lizi e Mari, lá na casa dela, assistindo um documentário sobre a escultora Lygia Reinach, quem já teve a oportunidade de vê-la trabalhando sabe como as suas obras são maravilhosas, eu mesma assistindo ao tal documentário, fiquei encantada. Lygia começou a trabalhar com cerâmica apenas aos 46 anos, e utilizando o barro como matéria-prima de suas esculturas, vem desenvolvendo projetos de grande porte voltados à ocupação de espaços urbanos. Revelação Escultura em 1988, foi convidada, em 1999, como representante da América Latina na Bienal de Cerâmica de Tóquio, indicada por Nelson Aguilar, após a realizar instalação no Museu Brasileiro de Esculturas - MuBE.
Diante de tanta beleza estávamos num silêncio quase de morte, quando, de repente, a Marilene se sai com a pérola do dia:
"sei não, Meu Deus, brinquei tanto com barro, e não me descobri!"
Acreditem, vocês, isso no contexto vivido, foi engraçadíssimo!Rimos com gosto!
Vale a pena conferir um pouco mais sobre a Lygia Reinach.Maravilhosa!
WDR

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Simplesmente gatos...

Bichos polêmicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso...nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis. Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu. Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado? Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo? Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso."Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser. O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio e espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer.Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige. Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês. Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência.Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes)impulsos secretos de agressão, o gato sabe.E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver.Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado.É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode(ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós).Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo.É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério.O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber. Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências.Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga.Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo ( quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo.Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal.Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular.Lição de salto.Lição de silêncio.Lição de descanso.Lição de introversão.Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra.Lição de religiosidade sem ícones.Lição de alimentação e requinte.Lição de bom gosto e senso de oportunidade.Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
Ode ao gato - Artur da Tavola

Nova ordem


Hoje amanheci desperta, insone!
Dias e mais dias sem sair de casa, tô deprimida!
"Chove lá fora e aqui faz tanto frio"...
Fico improvisando algo que me anime,
mas fica sempre a sensação de esboço mal acabado.
A casa inteira para arrumar seria um bom começo,
mas tô tão sem energia!
Tudo o que eu mais quero nesse momento é que a Wanina fique boa!
Essa parte da maternidade eu ainda não consigo assimilar muito bem,
ficar vendo o meu bebezão tossindo, tossindo, abatida.
olho pras paredes do apartamento, elas silenciosamente olham para mim também,
tomo meu café, gênero de primeira necessidade,
olho pra minha estante, meus livros que eu amo, outros objetos que eu tolero
e alguma coisa nessa cena que vejo me lembra umas fotos que vi do escritório de Ferreira Gullar,
tem uma familiaridade, não sei se pela bagunça constante, sinal evidente de que os livros que lá se encontram são realmente lidos e relidos, sim, por que uma estante toda arrumada é no mínimo estranha, me dá a sensação de que os livros que lá estão dormem profundamente, encantados pelo tempo!
Não sei, se pelos fortes indícios de que há gatos na casa, as vasilhas pelo chão com leite, ração água, não sei se pela foto mesmo do Ferreira, ensimesmado, taciturno, não sei!
Só sei que ando procurando em tudo a poesia, o gosto pela fala, e até pelas coisas não proferidas.
Tenho, frequentemente, revisitado a dor, na tentativa de compreendê-la, passo horas observando-a, nas suas mais diferentes nuances, ora em mim, ora nos que estão a minha volta, e costumo observar esse fenômeno oscilante que sempre antecede e sucede a alegria, moldando novos vincos no que se diz humano, não sei, não sei!
Ao que tudo indica vou passar o dia hoje filosofando, meu Deus, eu penso demais! O ministério da Saúde devia lançar uma campanha de ampla divulgação: PENSAR É PREJUDICIAL À SAÚDE!
E, enquanto eu não me encontro, nem me subscrevo dando uma nova ordem a esse novo dia, vou ler um pouco de Ferreira Gullar, tomar mais café, acariciar um gato, depois outro gato, e mais outro e outro e outro! Esperar que o meu bebê acorde, fazer a comida da minha tartaruga, que agora aprendeu (sabidinha ela!), toda vez que está com fome vem morder o meu pé!
e vou ficar por aqui, quem sabe tentando convencer aos que dizem que eu sou um tanto excêntrica, de que sou uma pessoa comum, cheia de desejos comuns, agraciada com amigos incomuns e com uma capacidade de sentir compatível com a minha, caso contrário não seriam meus amigos, e vou brindar a Gullar, com uma caneca de café, e tenho dito!

Waleska Dacal




Do mesmo modo que te abriste à alegria

Abre-te agora ao sofrimento

que é fruto dela e seu avesso ardente.
Do mesmo modo que da alegria foste ao fundo

e te perdeste nela e te achaste nessa perda

deixa que a dor se exerça agora sem mentiras

nem desculpas e em tua carne vaporize toda ilusão
que a vida só consome o que a alimenta.

(Aprendizado- Ferreira Gullar)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Saúde, mamãe!

Dias e mais dias em casa, fico deprimida!
Wanina com febre, desde a semana passada, 39 graus, muita coisa!
Então, reensaio a minha via crucis de médico, remédio com hora marcada, nebulização e mil e um argumentos para convencê-la a se alimentar direito!Chega uma hora que cansa!
Ontem, depois de auscultá-la por alguns minutos, a médica solicitou um raio X dos pulmões, suspeita de pneumonia, putz, fiquei passada! Então, hoje, pela manhã, tratei logo de providenciar o tal exame, e mais, muito mais, jogo de cintura para convencê-la a ficar sentadinha, na paz, só de fraldinha, para que o tal raio X fosse realizado...haja paciência!
Acho que pisei em rastro de corno!
pra completar, ontem levei uma queda, mas não foi assim uma quedinha, foi uma QUEDA da porra!Lasquei a nuca na quina de uma mesa de vidro que furou!!Foi uma dor tão grande que eu pensei que ia morrer, resultado: não aguento nem tocar na cabeça! A médica falou que mais um pouco seria fatal. FATAL????MORRER????Credo!
Tava agora contando para o João e para a Ivanoska pelo MSN, o João tratou logo de dizer que eu não fosse dormir!!!Pô, mas a queda foi ontem, e eu já dormi, aliás estou caindo de sono, gripando também, graças a essa relação simbiótica minha e da Wanininha, e por falar nela, quando estávamos voltando do hospital Artur Ramos, lá pras tantas, eu espirrei, mas pude ouvir nitidamente aquela vozinha linda dela dizer: "saúde, mamãe!!!"(rs)
Minha gente, vou colocar comida pra minha tartaruga que está aqui mordendo o meu pé e vou dormir pra me recompor dos últimos capítulos dessa novela que é a minha vida.E esperar por dias melhores.Sei que eles virão!
Fui!

WDR

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Um pouco de Pessoa...

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor!Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
buscando o que não deste.
In: Fernando Pessoa-Poesia completa de Ricardo Reis

Respondendo à pergunta da Lizianne...


Eu não costumo escrever sobre coisas alegres,
coisas alegres são banais
e tudo que é banal me cansa!

WDR

Quisera

Quisera ter sentimento pra resgatar a poesia,
quisera, talvez tormento,
quisera, quem sabe, alegria!
Uma dose qualquer de esperança,
um trago qualquer de saudade,
algo forte e inquietante:
dor, desejo, ou vontade.
Mas, no cotidiano das coisas
adiadas e não vividas,
foi deixando adormecer as palavras,
mesmo as que não foram ditas.

Waleska Dacal

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mais do Mesmo!

Mais do mesmo!!!!
Então, lá chego eu em casa, Wanina com febre, dei o remedinho dela, deixei ela descansando e fui crente de que ia dar uma geral nas coisas, para deixar a casa em ordem, fazer um café gostoso para comer com bolo de fubá, e relaxar. Pois, pois!
então, no que eu estava me preparando para essa minha rotina de dona de casa, aparecem umas 8 crianças na janela da sala:
- Tia, olhe o que a gente achou ali, cuida, vá! cuida pra gente, ninguém quer cuidar!
De imediato, eu pensei que era um rato branco, muito pequeno, pelado!Depois vi mais dois, e entendi eram três gatinhos, de uns dois dias de nascidos, com cordão umbilical e tudo...Ai meu Deus!Mais do mesmo!!!!Tentei me esquivar:
- Mas minha gente, eu tenho 5 gatos...
-Mas tia, mandaram até jogar no lixo, colocar na rua, e eles estavam na pista iam morrer!
-Tá bom, me dê eles que eu cuido!!!!
e haja grito e mais grito de alegria e aquelas vozes fininhas: "tá vendo, eu não disse!!!!"
Tô arrumada com essas crianças da vizinhança!
Meu Deus, já vi muita coisa sinistra com os animais de rua que recolho ou que chegam até mim, trazidos por esses anjinhos pra eu cuidar, mas como esses três bebês eu nunca vi!!!
Por algum motivo, a mãe os abandonou sem limpá-los direito, e por causa do resto de planceta foi criando bicho, isso mesmo, pequenos vermes, que, seguramente, iriam devorá-los vivos, semelhantemente a um tortura chinesa.Credo!Restou-me, então, uma medida extrema:
banho!Isso mesmo! Um bom banho com água morna e sabão de côco, seguido de álcool no umbigo, e uma toalha quentinha, leite com vitamina C e uma caixinha bem aquecida, além, é claro de palavras doces, mas fortes, de encorajamento, de ânimo e de esperança! Como não podia deixar de ser, comecei a fazer prece, pra aguentar a tarefa árdua...teve uns momentos que eu pensei que ia ter um negócio, um troço mesmo, mas dei conta do recado.
resultado: estão todos dormindo, estressados de tanta agonia, mas tendo uma segunda chance.
E eu com a minha consciência tranquila, em paz mesmo.
Em momentos assim eu penso em meu pai, com ele eu agucei essa minha paixão por bichos, por natureza, por mato!Se ele estivesse hoje em meu lugar, tenho certeza de que, na primeira oportunidade, me ligaria e diria: "Lêka, achei três gatinhos!Tô cuidando deles, são lindos!"
Bom, espero que onde quer que o meu pai esteja nesse momento, ele mande boas vibrações pra nós aqui, pra ajudar os gatinhos, pra que eles resistam, pra que essa história tenha um final bem feliz. E espero, também, que ele possa sentir o quanto é grande essa saudade que ele deixou!
(...)É, por hoje já deu!Vou cuidar da minha Wan, que também tá precisando muito dos meus cuidados!
Fui!
Waleska Dacal

domingo, 4 de maio de 2008

(...)

Depois da noite longa que separa um dia, do outro dia,
eu estanquei o sangue e a poesia,

(...)é, isso é bom!

Waleska.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Hoje eu recebi um e-mail da Érika com a versão do Frejat para este poema do Victor Hugo, que vale ser colocado aqui, valeu, chuchu!Beijo grande.

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,

Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que,
algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles,
haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco,
porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e
o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo,
que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes,
e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco
e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,

Por ele e por você,
Mas que se morrer,
você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

(Victor Hugo)

Por hoje, querido diário, está de bom tamanho!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Wanina canta Raul (seguido de deu a louca na Ângela Ro Rô)

Eu: meu reino por mais um vinho e um saco de castanhas!!!
Lizi: Meu reino por um cavalo! (não pode ser um jegue não???)
seguido de maçã do Raul, na voz dela de quaaaaaaaaaaaaaaase Ângela Rô Rô!!!!! e a Wanina fazendo a segunda voz????Anh???Ela canta Raul? Poooooorraaa, até que eu estou educando ela bem!!!!!!!Jah Live!!!!!

E por falar em Ângela Rorô, lá me liga a Ana Cecília, assim de repente, passada com uma notícia que havia acabado de ler na Internet:

-Meniinaaaaaa, você não sabe da maior, a ângela Rorô disse que está namorando um Homem!!!
Eu: hein?!Tá doida é Ana Cecília???
-Eu vi, menina!Mas depois fiquei pensando, o 'homem' deve ser uma garrafa de Whiske, né? Vai ver que ela cantou tanto "amor, meu grande amor, que deu nisso!"

Eu: (kkkkkkkkkkkkkkkkkkk) Ah, não sei não, Ana Cecília, pelo o que eu saiba a Ângela Rorô gostava mesmo era de gim...essa racha tá é louca! Vou ligar pra Albinha!!!

Não acreditando nesse assunto do mais alto grau de temeridade, fui eu mesma pesquisar na net e lá estava o fato:


A cantora Ângela Ro Ro, famoso ícone gay, surpreendeu o público com a entrevista dada à jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, onde revelou que está namorando um homem imaginário, um “ex-padre-romeno”.
Ele é parapsicólogo, cuida de fenômenos paranormais. Ele detectou em mim uma alma dotada, sei lá, de um espírito de porco qualquer. Ele faz de mim o que ele quer, esse homem me deixa doida! O Ninco observa efeitos paranormais em mim. É sério mesmo, ele é ex-padre” disse a cantora.
Ninco Revendo foi criado por Ângela que diz que a “realidade nua e crua não daria conta de seduzir o público”. “Então eu, uma poeta, criadora e contadora de causos, criei um romance com um ex-padre romeno” esclarece.
A cantora apresentou o namorado como “viril”, “interessante”, “longilíneo” e dono de “olhos penetrantes” e se diz completamente apaixonada pela invenção.
A mesma coluna anunciou recentemente que Ana Carolina, após terminar um relacionamento com outra mulher, estava à procura de um homem para namorar.

fonte: http://www.universomix.info/wp/?p=1039, acessado em 01.05.2008


ah, então foi invenção mesmo!Logo vi!!!Sinceramente, se tem uma coisa que tenho tido dificuldade de entender, ultimamente, são esses sentimentos que as pessoas inventam e apregoam alardeando que, DE FATO, estão sentindo, bom, ou é muita falta do que fazer, ou uma carência sentimental muito grande, mas sobre isso não estou disposta a falar hoje. Tchauzinho pra vocês que vêm aqui me visitar.


P.S.:Érika, Marli, Wilminha, Moema, vontade grande de estar ai!
P.P.S.: 'Vamo', Marcelo, 'vamo'!
P.P.P.S.: Ana Caroliiiiiiiiiiiiiina, vc é o cara, meu!!!!!Deixa eu me inspirar que venho aqui falar sobre vc!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O negócio é subir no coqueiro e do alto ver o mar!!!
(Raul Seixas)