domingo, 21 de dezembro de 2014

Marés...


Acostumada a ver o mar pela janela,
eu me encantei com o sussurro do vento e o barulho das ondas,
melodia familiar como o som da sua risada, 
mas do lugar onde sempre estive, sem tocar os pés na areia, 
eu sentia o cheiro que a maresia trazia e que eu decorei,
sem jamais desviar o olhar do mar.
Acompanhei cada maré, 
como quem partilha diálogos profundos, 
ora ruidosos, ora amenos, 
daqueles que alimentam nossas esperanças no que não é tangível, 
e aprendi, com as marés mortas,
que o mar ensaia seus próprios monólogos quando está em silêncio.
Não ousei atravessar a janela, 
prisioneira do meu olhar, 
essa vidraça que tantas vezes embaçou o meu espírito, 
não toquei os meus pés na areia, 
nem quando o sol esteve quente, nem quando a lua refletiu nas águas, 
apenas abri a janela, num convite sincero de que o mar entrasse, 
talvez lentamente, quem sabe, numa tormenta, 
até o dia em que percebi, naquela contemplação, que eu mesma era o mar, 
entre marés tantas e sai da janela, 
por que eu entendi que bonito mesmo é quando o mar recua.


Waleska Dacal Reis
19.12.2014

"Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar, meu coração tropical partirá esse gelo e irá"... 
(João Bosco)

Imagem: Maragogi-Alagoas.
Essa foto de Grand Oca Maragogi Resort é cortesia do TripAdvisor, disponível em:
http://www.tripadvisor.com.br

domingo, 19 de outubro de 2014

DESPRENDIMENTO

Ao som de O Teatro Mágico...


Resgate os projetos para o futuro e apare neles qualquer aresta que não corresponda, exatamente, aos seus propósitos, cálculos, exatidões e, circunstancialmente, livre-se de toda e qualquer conveniência.
Conserve, assim feito, a tua rota, delimitando ao longo do percurso tudo aquilo que, verdadeiramente, lhe faça crer que vai valer a pena, pense no futuro com os pés no presente, que de fato é o teu melhor presente, abrace o hoje, mesmo que não o compreenda.
Vez por outra, olhe  para o passado tão somente para usá-lo como referência para os avanços e recuos necessários para que você cresça, mas olhe-o, com desapego, por que a vida segue.
Não demore demais diante de portas semi-abertas e nem tente entrar por janelas ou brechas, uma vez que você SEMPRE estará sendo esperado, na hora certa, no lugar exato em que necessitará estar, dessa feita, tudo confluirá com naturalidade.
Entenda que nem todos estarão prontos para receber o teu melhor, mas se doe mesmo assim, pois tua doação, muitas vezes, será fundamental para que o outro encontre o seu caminho. E jamais se culpe pelo amor doado, pelo cuidado oferecido, pelo desprendimento maior da tua alma, pois a vida, voluntariamente, tratará, ainda que você não queira, de lhe devolver com ABUNDÂNCIA, os frutos das sementes que você planta.


Waleska Dacal Reis
19/10/2014

"Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim!"

(O Teatro Mágico)


"Os opostos se distraem. Os dispostos se atraem"

(O Teatro Mágico)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014




MEIA VOLTA, VOLVER!
VOU VER,
VOU VER,
VOU VER!






Waleska Dacal Reis

domingo, 21 de setembro de 2014

Sobre advérbios e adjetivos (Ou Post Scriptum 2)


Ao som de Wado e Chico César...

Repentinamente, indissolúvel,
Subitamente, intransponível,
Misteriosamente, inexplicável,
fato consumado no Post Scriptum,
Silenciosamente, invasivo.
Ocasionalmente, inaceitável.
Limitadamente, disponível.
Conscientemente, impraticável.
Sentimentalmente, perturbante.
Saborosamente, palatável.
Adversamente, viciante.
deixo no Post Scriptum: Questionável!

Waleska Dacal
21.09.2014


"É liiiindo, vai derreteeeeer"...

(Wado e Chico César - Os surdos das escolas de Samba)


Imagem disponível em:https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=B8m-Tb_phkOBLM&tbnid=IQLi6QQwyAwO1M:&ved=0CAYQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.baixandowallpapers.com%2Fwallpapers%2Fcoracao-de-gelo-derretendo-1582.html&ei=MQYfVKOkKPCHsQT964KwAg&bvm=bv.75775273,d.cWc&psig=AFQjCNF5Ml3IzhOBOhTqCZHhNw-PlVCaIg&ust=1411405751329963



terça-feira, 11 de março de 2014

JASMIM


TÃO VERDE CAULE, PENDENTE RAMO,
JUROU QUE ERA ROSEIRA, FOI ENGANO!
NÃO OFERTARA ESPINHOS, NEM QUISERA.
BROTOU DE FLOR EM FLOR, ABRIU BOTÃO,
EMBELEZANDO TODA A ESTAÇÃO,
DEU FLOR ATÉ FINDAR A PRIMAVERA.
E DESCOBRIU-SE FLOR BROTANDO ASSIM,
EM CACHOS DELICADOS DE JASMIM,
NÃO DERA ROSAS, MAS,TAMBÉM, PUDERA!
JUROU TER ENCONTRADO O GRANDE AMOR,
SUTIL, ENSIMESMADA, FLOR MURCHOU,
JUROU QUE ERA AMOR E AMOR NÃO ERA!


Waleska Dacal
09.03.2014