sábado, 13 de agosto de 2011

ESCOLHAS


Hoje eu tava assistindo uma daquelas animações do Garfield, repleta de cenas interessantes e engraçadas, quando lá pras tantas um dos personagens disse ao Garfield: “Todo vôo termina com uma queda”, e eu fiquei com essa frase na cabeça, me motivando a escrever essas palavras. Todo vôo termina com uma queda, seja ela calculada, ensaiada, repetidamente treinada até a exaustão, uma hora teremos que colocar os pés nos chão e isso nem sempre se dá de uma maneira sutil. E se trouxermos essa experiência para as nossas voadas diárias, digo, as tantas vezes em que apostamos alto em alguém ou alguma coisa na quase certeza de que vai dar certo, e quase não sentimos a superfície, quase flutuamos e quase levitamos até que, não mais que de repente, sentimos vertiginosamente a nossa alma despencando e nos arrastando com ela, por que tem certos tipos de dores que só se sente mesmo com a alma. È tudo uma questão de escolha, vem a vida tentando seguir através de nós o seu próprio rumo, não que ela venha com placas de orientação, semáforos, sinalizadores, mas quando estamos atentos percebemos que sempre escapa algum sinal, por mais tímido que seja, mas nosso querer muitas vezes mais imperioso que a nossa razão, nos faz persistentes, teimosos até, nos desviando da nossa rota, nos fazendo pegar atalhos que algumas vezes não nos leva a caminho algum, outras tantas nos deixa num beco sem saída, mas a escolha é nossa! E no final de tudo só nos resta aceitar que a vida não é cruel quando insiste em nos mostrar que estamos indo pelo caminho errado, ela é cruel quando respeita a nossa escolha!

Waleska Dacal

13.08.2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ensaio de tão grande amor!!!


Eu ando de mãos dadas com o silêncio, sobretudo agora, que, de improviso, perdi o fio condutor até mesmo da minha própria poesia,

Que forçosamente, nesse instante, me pede pra dizer alguma coisa nesse interlúdio que me fez olhar de frente para o meu coração e constatar que você se alojou aqui dentro, mesmo sem ter te dado certeza alguma, mesmo tendo feito parecer, aos seus olhos, um devotamento qualquer de amizade, em respeito a sua dor e às pancadas tantas que, por força das circunstâncias, foram forjando um outro tom ao meu sorriso.

Aqui no auge do meu desconforto, e pela estranha constatação de que você, possivelmente jamais se dará conta disso, devo dizer que ao ver você sorrindo tão parecido comigo, meu coração se encheu de esperança, e eu me vi cantando alguma melodia que inesperadamente me fez lembrar você ...

As palavras saem quase sem querer,

Rezam por nós dois.

Tome conta do que vai dizer.

Elas estão dentro dos meus olhos

Da minha boca, dos meus ombros

Se quiser ouvir, é fácil perceber”...

Agora que os meus passos deram meia-volta, e que estou catequizando meus pensamentos para ir me distanciando desse ensaio de grande, tão grande amor, eu só queria que tivesse dado tempo de ter lhe dito o quanto, nesses anos todos em que você deu voltas pela minha vida, se fazendo necessário e involuntariamente presente, você nunca me passou despercebido, sempre ficava um pouco da sua voz, se misturando ao meu modo de falar, e a energia boa dessa sua integridade, por mais confuso que parecesse ou que pareça agora, estar deixando fluir o que nunca foi dito...de muita coisa na minha vida eu não tinha clareza, e como criança pequena que vai acostumando com a claridade nos olhos aos poucos, eu só consigo enxergar essas coisas agora, possivelmente cedo, ou tarde, não vou abrir uma interlocução pra questionar o tempo, por que nessa história ele sempre deu um jeitinho de trazer você aqui, e favoreceu mudanças grandiosas na sua e na minha vida, nos colocando face a face, sem espelhos, e sem segredos, é uma pena que só agora consigo entender essa verdade!E é muito estranho constatar que mesmo com o meu coração estando conscientemente ocupado, você conseguiu estar dentro dele!

“As palavras fogem

Se você deixar

O impacto é grande demais

Cidades inteiras nascem a partir daí

Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir

Adoecem, curam ou me dão limites

Vá com carinho no que vai dizer’’.

Waleska Dacal

(ao som de Vanessa da Mata - as palavras)