quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dicionários


Tem coisas que não encontram nome,
mesmo tendo uma vastidão de significados,
nos mais distintos dicionários.
Tem coisas que, silenciosamente, fermentam
e crescem dentro da gente,
como um poema,
um filho,
uma canção,
um amor...


Waleska Dacal
27.11.2013

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Amnésia



Cabeça pra pensar,
Coração pra esquecer e,
Vez por outra, bater forte por você.
Não precisa de juiz para consenso,
Nem balança entre o que eu sinto
E o que eu penso...
Respiro fundo e sigo, então.
Deixo que, vez por outra, 
a cabeça pense,
Se questione e me oriente,
Deixo a amnésia pro coração!

Simples assim...

Waleska Dacal

13.11.13

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento"...

(VINICIUS DE MORAES-SONETO DE FIDELIDADE)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Corsário

Segue a tua rota sim, Marinheiro!
Segue o teu destino, reine em si, Corsário!
Na nau naufragada dos teus sonhos.
Puxa a tua âncora, iça as tuas velas,
que ventos distantes soprarão te levando alguma esperança,
qualquer sofreguidão...
calça as tuas botas,
pisa em terra firme, terra conhecida, por teus passos, gastos
pela brandura do tempo,
esse tempo que passa abraçando tudo.
Segue a tua rota sim, marinheiro!
recolhe a tua bandeira,
explora os teus tesouros,
vez por outra, procure por onde anda o seu coração,
e vá ao encontro dele, mesmo que para isso
você tenha que perder ouro e prata, sonhos vãos e pedrarias.
Reine em si, Corsário!
Reine senhor de mim, também,enquanto puderes, 
só não esqueça, nunca, que esse mar tranquilo,
que sou eu,
esconde tempestades.

Waleska Dacal Reis
14.08.2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Inverno

O inverno chegou em abril...tinha pressa o moço!
trouxe consigo um vendaval de lembranças
e uma enxurrada de planos desfeitos pela instabilidade do tempo,
sem nenhum sortilégio,
sem conjuras,
sem versos.
Calou a sequidão que o outono carregou do último verão,
sem promessas,
sem pudores,
apenas permitiu-se desaguar seus sonhos, inundando tudo.
e levou consigo um punhado de esperanças e folhas secas,
deslizando por entre córregos,
pela vegetação,
pela vidraça da janela,
trazendo com a chuva algumas palavras
e a grata surpresa de estar vivo!

Waleska Dacal Reis.
23.04.2013