quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A colecionadora de horas

Faltou do mensageiro dos ventos
A carta piedosa, trazendo a boa nova,
Mas o raiar do dia clareando as idéias fez entrever
O porquê,
Entre falsas escusas, ou talvez não tão sinceras,
Que só se justificariam pelo medo,
De ao atravessar a porta, enxergar-se do outro lado do espelho,
Onde sempre esteve,
Aprisionada por preconceitos tortos,
Inseguranças tantas,
Constantemente alucinada, num delírio louco
e uma febre quase insana,
colecionando horas,
fracionando ainda mais os minutos e os segundos.
Faltou uma brisa qualquer vinda de não sei onde,
Que acalentasse o meu pobre coração ferido,
Pela constatação dos meus enganos,
Mas, tão resistente ao tempo,
Que no embaçar dos meus olhos,
Com a fumaça,
Que no estremecer do meu corpo,
Sem nenhum frio,
Que no impacientar-se da inexatidão
De todos os silêncios,
Imobilizou-se, sem um gesto qualquer
de arrebatamento...
Faltou do mensageiro dos ventos
A carta piedosa do ESQUECER!


Waleska Dacal Reis
01.01.09


(...) “meu coração já se cansou de tempestade”

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