sexta-feira, 25 de junho de 2010

EMPLASTRO

Passa o tempo, longe passa desse peito meu tão teu,

Dessa graça, tão sem graça desse estar assim sem céu,

Sem meu riso, sem meu senso, sem meu jeito de ser eu...

Já vivi amores tão versados, que causou-me estranhamento sair assim sem palavra alguma,

É como se eu tivesse entrado num tempo de silêncio e abafar de vozes, contidas por um tipo qualquer de indignação ou sobriedade.

Do lado das coisas que não foram ditas, um vão de questionamentos abafados, suprimidos, ressentidos, mais por respeito ao que se quis preservar nessa tua individualidade que por ausência de curiosidade mesmo. Eu esperei respostas que nunca vieram, para as perguntas que eu não fiz no tempo preciso por temer um tipo qualquer de mentira ou omissão, semelhante a que me fez entrar na sua vida imprudentemente e de improviso.

Em poucas palavras, quero apenas que saibas, que esse lugar comum que se tornou o meu sorriso diante dos teus olhos, foi se escasseando, de tal modo, que nem pareço com o que fui quando me olho, às vezes, no espelho, sobraram gestos teus que fui absorvendo sem que percebesses, sem que eu percebesse.

E essa dúvida maior que vai me acompanhando, desejo mesmo de saber se em meio a tantas brincadeiras, você teve tempo de me enxergar sem emplastros.

Waleska Dacal Reis

Para APU

“ESPADA JUSTICEIRA, DÊ-ME A VISÃO ALÉM DO ALCANCE!”

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