segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SETEMBROS...

Ajusto o foco da visão para perceber você,
que me aparece assim, de improviso,
num desvio qualquer,
na contramão,
como seu melhor sorriso,
com o meu melhor sorriso!
Dilatando a sua pupila, meu rosto cora,
o verbo dá o tom da alegria,
e a gente fala, e a gente se toca,
e a gente cala o que viveu um dia.
E eu que chorei outros setembros,
sem grandes esperanças, bem me lembro,
o quanto entreguei a você a minha vida.
Sem grandes esperanças,
sem nenhuma certeza,
e uma vaga impressão, tenho pra mim,
de que a nossa história não foi concluida!


Waleska Dacal
(02.09.2011)



" Olá! Como vai?

- Eu vou indo. E você, tudo bem?

- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E
você?

- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe?

- Quanto tempo!

- Pois é, quanto tempo!

- Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!

- Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!

- Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!

- Pra semana, prometo, talvez nos vejamos… Quem sabe?

- Quanto tempo!

- Pois é… Quanto tempo!

- Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...

- Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!

- Por favor, telefone! Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente…

- Pra semana…

- O sinal…

- Eu procuro você…

- Vai abrir, vai abrir…

- Eu prometo, não esqueço, não esqueço…

- Por favor, não esqueça, não esqueça…

- Adeus!

- Adeus!

- Adeus!"

( na voz de Chico Buarque-Sinal fechado)


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