quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

(...)

almas,
lamas,
msala,
mlasa,
almas na lama,
corpos,
vozes,
espíritos sussurados nas palavras,
na cantiga,
nos olhares.
(MSCalango)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

(...)"Quase uma RUMBA!!!"

Não sei, realmente, não sei o que é pior,
se é ficar ouvindo a Letícia Sabatela recitando os poemas místicos, embriagada de amor,
se é ficar ouvindo as risadinhas dela, lá pras tantas, Meu Deus...sofrer de amor e rir é incompreensível! Ou se, pior mesmo, é ficar ouvindo a Lizianne com a voz de Ângela RoRô recitando poesias Sufi, e mais, mais, mais Kalil Gibran...
PQP, carai!!!!!
Ela ainda fala que meu blog é muito triste:

-Pô, Lizi, você acha o meu blog triste?
-Não, não, Waleska...seu blog é quase uma RUMBA!!!

(...)

então pra fazer jus a retórica amorosa de Gibran, segue um pouco de tudo que guardo aqui dentro:

"Vosso coração conhece em silêncio os segredos dos dias e das noites.
Mas vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso coração sabe.
Desejais conhecer em palavras aquilo que sempre conhecestes em pensamento.
Quereis tocar com os dedos o corpo nu de vossos sonhos.
E é bom que o desejeis.
A fonte secreta de vossa alma precisa brotar e correr, murmurando, para o mar;
E o tesouro de vossas profundezas ilimitadas revelar-se a vossos olhos.
Mas não useis balanças para pesar vossos tesouros desconhecidos;
E não procureis explorar as profundidades de vosso conhecimento com uma vara ou uma sonda.
Por que o Eu é um mar sem limites e sem medidas.
Não digais: 'Encontrei a verdade'. Dizei de preferência:' encontrei uma verdade!'
Não digais: 'Encontrei o caminho da alma'. Dizei de preferência: 'Encontrei a alma andando em meu caminho'.
Por que a alma anda por todos os caminhos.
A alma não marcha numa linha reta nem cresce como um caniço.
A alma desabrocha, tal um lótus de inúmeras petálas."

(GIBRAN KHALIL GIBRAN, In: O profeta).

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dique (Ou, menção honrosa ao De Profundis!)


Foi algo como represar um rio, só para vê-lo passar muitas vezes pelo mesmo lugar,
fechando atrás de si todas as comportas, para deixá-lo descobrir novos dissabores
ao se debater nas velhas pedras,
a investidura no contato com a rocha fria, moldando novos sulcos, descobrindo outras reentrâncias, no calor do sol ou na sofreguidão do lodo.
Foi como aquecer a alma fria, no limiar de uma brasa ardente,
fogueira já não era, estava quase morta,
de sede, de cansaço pela espera,
que desafio imenso era sorrir daqui pra frente,
apagando algum vestigio da correnteza que passara,
deixando para atrás os sonhos,
feito peixes mortos, apodrecendo sem saciar qualquer tipo de fome.
Foi como proferir preces inaudíveis
no interior de uma caverna muito escura,
repleta de uma solidão e de um abandono
que faria chorar as coisas mais tristes...
Foi como interditar um dique,
na desculpa qualquer de consertar os velhos muros que o aprisionava,
e deixar a água evaporar,
secar, apodrecer, mesmo tendo tanta sede!
E do ponto mais alto da sua solidão
ver agonizar lentamente,
e morrer lentamente o velho rio,
ferido pelas pedras,
sonhando com o mar!!!

WDR

..."E deixo pra depois o que eu tinha que fazer, o destino aceito sem dizer sim ou dizer não, sem entender"...
(Ana Carolina - O Rio).


"Encontro, algures na minha natureza, alguma coisa que me diz que não há nada no mundo que seja desprovido de sentido, e muito menos o sofrimento. Essa qualquer coisa, escondida no mais fundo de mim, como um tesouro num campo, é a humildade. É a última coisa que me resta, e a melhor (...). Ela veio-me de dentro de mim mesmo e sei que veio no bom momento. Não teria podido vir mais cedo nem mais tarde. Se alguém me tivesse falada dela, tê-la-ia rejeitado. Se ma tivessem oferecido, tê-la-ia rejeitado (...). É a única coisa que contém os elementos da vida, de uma vida nova (...). Entre todas as coisas ela é a mais estranha (...). É somente quando perdemos todas as coisas que sabemos que a possuímos".

(Oscar Wilde, in "De Profundis")

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Comportas...

Não sei por que ainda dói,
por que essa ferida não fecha,
por que ainda perco o sono, quando me revisitas
no lusco-fusco do tempo,
nas palavras e idéias das pessoas,
acerca de mim e de ti e de tudo que não fomos nós.
Não sei por que minha boca seca,
mesmo sem pronunciar seu nome,
nem que motivos reais tem a minha angústia,
que me faz prisioneira do teu cheiro,
que pervaga na lembrança,
que insiste nessa ausência e me faz calar seu nome.
Não sei o que me leva em tua direção,
se não te sigo,
se na verdade, meus passos há muito já encontraram
outra direção,
já não é nem segredo,
mas, desconheço, de verdade,
não entendo, o que é isso que me deixa inquieta
quando alguém articula o seu nome,
descreve os teus gestos,
me deixando insone.
Olho espantada para o meu coração,
cheio de portas e janelas,
tantas trancadas, lacradas, interditadas,
tantas comportas escancaradas,
entreabertas,
mas, continuo sem a certeza
se algum dia, realmente,
eu vi você sair de lá por alguma delas...

WDR


Vou tomar mais café, que é melhor!!!!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Diante do espelho

COMPORTADA.
COMPORTA?
COM PORTA, FECHADA.
SEM PORTA?
NÃO IMPORTA!
IMPORTA?
EXPORTA!
ENTRE ABERT@!
UM CORAÇÃO COM PORTA
OU, SEM PORTA,
COMPORTA?
COM PORTA FECHADA!
SEM PORTA?
IMPORTA! SIM!
ENTREABERTA.

Waleska Dacal

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

coisas de Wanina...

vbggyt.ç,.~çççllç~lçççççççç,,,m.,.mmkn mn b jjhkjhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhjhhhhhhuhhhhh m

então, basta eu me descuidar um pouco e cá está ela, acho que vai ser escritora, ou jornalista...
vale postar, afinal, ela só tem 2 anos e 4 meses!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

CORPO FECHADO


(...)Ela queria raspar a cabeça
pra feitura do santo,
se jogar no mar,
se trancar num canto,
até tirar resguardo,
depois cantar um ponto,
se manifestar,
cantar, cair, rodar
até se alegrar
e curar o quebranto,
sarar as feridas,
estancar o pranto.
WDR
23.12.00
Senhora das Tempestades*

Senhora das tempestades e dos mistérios originais
Quando tu chegas a terra treme do lado esquerdo.
Trazes a assombração, as conjunções fatais
E as vozes negras da noite, Senhora do meu espanto e do meu medo.
Senhora das marés vivas e das praias batidas pelo vento
Senhora do vento norte com teu manto de sal e espuma
Há uma lua do avesso quando chegas
Há um poema escrito em página nenhuma.
Quando caminhas sobre as águas, Senhora dos sete mares.
Conjugação de fogo e luz e, no entanto, eclipse
Trazes a linha magnética da minha vida
Senhora da minha morte, quando tu chegas
Como essa música, Senhora dos cabelos de alga
Onde se escondem as divindades Trazes o mar, a chuva e as procelas
Batem as sílabas da noite, Batem os sons, os signos, os sinais
E és tu a voz que dita
Trazes a festa e a despedida
Senhora dos instantes, com tua roda dos ventos
E teu cruzeiro do sul
Senhora dos navegantes com teu astrolábios
E tua errância
Tudo em ti é partida, tudo em tu é distância
Tudo em ti é retorno, Senhora do vento
Com teu cavalo cor de acaso,
Teu chicote e tua ternura
Sobre a tristeza e a agonia.
Galopas no meu sangue com teu cateter chamado Pégaso
Senhora dos teoremas e dos relâmpagos marinhos
Senhora das tempestades e dos líquidos caminhos.
Quando tu chegas dançam as divindades
E tudo é uma alquimia
Tudo em ti é milagre
Senhora da energia.
**Texto extraído do poema Senhora das tempestades, de Manuel Alegre,Cd “Diamante Verdadeiro”/interpretação de Maria Bethânia

sábado, 2 de fevereiro de 2008