quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Monalisa!

Domingo eu resolvi que queria sair, não tinha acordo pra eu ficar em casa ouvindo o monólogo da televisão, fiz alguns contatos, convenci pessoas, sou bem arguta quando quero ser, e lá fomos nós conhecer um barzinho que anda fazendo o maior sucesso aqui na cidade nos dias de domingo.
Boa cerveja, música relativamente boa, boas compainhas, muita, mas muita mangação(é que, com a turma que eu ando, ninguém fica sério muito tempo), e entre uma conversa e outra, velhas lembranças, novas descobertas, outras tantas constatações, como por exemplo, o Roberto ainda não esqueceu do dia em que eu tomei um dos meus porres de gim e dormi na casa dele enrolada na toalha da mesa...bem que eu achei aquele "lençol" pequeno demais, mas minha gente, precisava ele contar na mesa do bar, eu até já tinha esquecido...Inevitavelmente também lembramos das visitas que ele e o Cicinho faziam a minha mãe, completamente irreverentes, cheias de revelações picantes acerca da nossa vida pregressa...E aquele dia em que eu e o Cicinho reunimos nossas mães, num domingo dia das mães e fomos com uma renca de gente almoçar num restaurante gay (rs)...minha mãe com cada olho...lembro dela dizendo: "Meu Deus, a que ponto cheguei!!!!" Incrivel como o amor traz mudanças! Entre tantas lembranças, pude constatar o quanto as nossas convicções permanecem firmes, o nosso caráter cristalizado, e nosso instinto de mangação afiado, mesmo diante da nossa dor. Lá pras tantas passamos a recordar nossos amores estóicos, minha saga amorosa a percorrer o circuito Maceió-Olinda-Joaquim Gomes, num romance épico, creio eu, com direito a muito choro e gim e a insignia: Fake, pós-moderna, passiva e contraditória! Cicinho gosta, Cicinho gargalha, fio da peste!!!! Quando, de repente, me sai o Roberto com uma pérola digna de postar aqui nesse blog, lá vai:

"Eu, minha gente, eu cansei de viver bancando a Monalisa, cansei"...(observem a pausa na frase, é que pegou todo mundo de surpresa, deixou todo mundo com cara de, 'O quê?!!!' , mas ele continuou...) "desde o dia que eu vi aquela fila enorme na frente do museu, um monte de gente esperando pra admirar a Monalisa, com aquele risinho dela...Ah, eu não!!!Pra quê tanta gente admirando se no final de tudo, quando o museu fecha, ela fica lá sozinha?!!!Eu não quero ser admirado não, eu quero é ser querido!"

Bom, sobre o meu domingo eu creio que não preciso dizer mais nada não, né??Quero dizer, é uma pena que esse blog não consiga descrever com fidelidade o silêncio medonho que se sentou na mesa com a gente depois dessa reflexão, tipo um minuto de silêncio em homenagem a...Que bom gosto tem o silêncio, sentou-se ao nosso lado e ainda pediu uma Bohemia, tomamos um longo e ininterrupto gole e o surpreendemos com uma sonora gargalhada!!!Fazer o quê, né? tem que mangar!

Waleska Dacal

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