terça-feira, 22 de janeiro de 2008

sobre sensibilidade e gatos...

"então ele me disse: não se engane, que só quem é muito sensível é capaz de entender um gato!"
(Alba Ribeiro)

Ficaram as palavras da Albinha ecoando nos meus ouvidos, estávamos a falar sobre gatos quando ela me repetiu esse trecho da conversa que teve com o médico homeopata dela, acerca da nossa boa e velha racionalidade, fiquei silenciosa ouvindo enquanto ela falava, falava, falava e me lembrando de um tempo em que eu não era tão racional ainda. Lembro que eu chorava com facilidade, me emocionava com a maior facilidade, certas coisas, como por exemplo, ver um gatinho vagando pelas ruas, ou alguém maltratando um cão e coisas desse tipo, me faziam perder dias e dias, deixando um peso quase insuportável no meu coração. A bem da verdade, eu chorava por tudo!
Hoje em dia, curei, por assim dizer, cerca de 95% dessa minha suscetibilidade emotiva, e os outros 5% que restaram constituem, seguramente, o meu tendão de Aquiles. E onde se concentra toda essa minha sensibilidade? Digamos...
Hoje, ao voltar pra casa depois do trabalho, resolvi fazer um caminho diferente do que costumo fazer habitualmente, para ir buscar a minha filha na Escola, eu nem gosto muito desse caminho que fiz, mas, uma coisa dentro de mim me pedia pra que eu fosse, só fosse, que no final valeria a pena!E eu segui, pura e simplesmente, o meu coração. Não demorou muito, vi passar um caminhão, e avistei um gatinho assustado se esquivando dele...nossa!!!Visão do inferno!!!Que bom que gatos são rápidos!Não pensei duas vezes, me aproximei com cuidado do bichano, peguei ele no colo e ele salvou o meu dia, e certamente muitos outros dias...sai feliz, leve, sem muita certeza do que fazer com ele, já que já tenho 4 gatos que entraram na minha vida em circunstâncias parecidas, mas, sinceramente, pude sentir que fiz a coisa certa, mais ainda quando vi os olhos da minha filha brilhando ao me ver chegar na escola segurando aquele filhote desnutrido e debilitado, como se fosse a coisa mais linda do mundo.
Ao chegar em casa dei um banho no pequeno felino, limpei as orelhas, dei agasalho, ração e leite, e não demorou muito para que ele começasse a me agradecer pelo carinho, pela oportunidade de ser cuidado, acarinhado, querido...ele salvou meu dia!Não quer ficar longe de mim um só segundo, e consigo ver tanta ternura nos olhos dele, mas tanta, que sinceramente não consigo entender como é que tem gente que ainda abre a boca pra dizer que os gatos são insensíveis e indiferentes...é, devo concordar com o médico da Albinha, e talvez haja solução pra minha aparente racionalidade, talvez eu seja mais emotiva do que nunca e assim como os gatos só necessite de alguém muito sensível pra me entender por dentro.

WDR.

Nenhum comentário: