segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Piloto automático

Eu sempre estou bem, mesmo quando não me perguntam,
liguei o piloto automático e deixo ele ir me guiando, mesmo sabendo que sei o meu caminho melhor do que ele,
mas, que diferença faz?
Saber onde ir, saber onde chegar, se a porta que tento bater nunca está aberta?
Que diferença faz, então, não estar sempre bem?
Ficando mal a porta se abrirá?
Um brinde, pois, a minha velha e boa racionalidade - ela devia constar na minha certidão de nascimento! - e, que ao contrário do que muita gente pensa, não está me privando da vida,
eu discordo!
Não encontro correspondência alguma entre a vida e a superficialidade, antes possa ser, quem sabe?Um rascunho, um esboço qualquer do que muitos por ai, mais medrosos do que eu insistem em dizer que é vida, mas eu assim não penso.
Creio mesmo nessa ousadia que é abrir mão do quero, por não me contentar com menos.
E na alegria de estar bem, ainda que triste!

Waleska Dacal

"alguma coisa acontece no meu coração"...

2 comentários:

Marcelo Senna disse...

a porta que tento bater nunca está aberta

essa ousadia que é abrir mão do quero,
por não me contentar com menos.

não me deixa bater a porta
aberto o meu querer sereno

ameno como a lava do vulcão
sereno como o fogo
da madrugada
que pousa sobre as folhas
em gotículas de água

orvalho
a ousadia lava a cara da gente

pra ficar mais aberta
e beijo

Unknown disse...

[...]A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nos somos sempre
Iguais a nos-proprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Ve de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está alem dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam. Sigue a tu destino,
Riega a tus plantas,
Ama a tus rosas.
El resto es la sombra
De árboles ajenas.

Ricardo Reis - Odes De Ricardo Reis