sábado, 19 de julho de 2008

FREQUÊNCIA

Eu não sei mais o que sinto,
nem sei por que choro olhando essas fotografias,
também não entendo essa falta de emoção que me invade,
quando você me liga, assim, de repente,
e diz que a minha voz está triste.
Não sei por onde anda o meu sorriso,
nem meus pensamentos,
não sei por onde anda meu desejo,
nem minha temperança,
só sei que o seu sorriso não tem preço,
que a sua voz ainda mora nos meus ouvidos,
e fica ecoando, insistindo,
mesmo no seu mais demorado silêncio.
Você diz que pensa muito em mim,
assim, tão naturalmente, como quem respira,
ou reconhece que sem água morreria de sede,
e meus olhos se fecham.
Contorno seu corpo com a lembrança,
ensaio um sorriso,
outro,
esboço qualquer ínfima alegria,
mas, o cansaço me vence.
Esqueça, por favor, a minha tristeza,
tenho dormido tão pouco ultimamente,
quem sabe se eu ajustar a minha frequência,
eu possa, revigorada, te encontrar, novamente,
nos meus sonhos.


Waleska Dacal


(...)"Se falo em mim e não em ti, é que nesse momento já me despedi, meu coração ateu não chora e não lembra, parte e vai-se embora!"
(Chico Buarque)

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