Deve passar bem rápido, se você deixar que assim o seja,
mas, para que isso aconteça, não será mais permitido que você conte as horas,
a ausência agora deverá ser contada não pelos dias, nem pelos silêncios,
mas pelas vontades todas, de partida e de chegada.
Nesse intermédio, é importante que sare qualquer arranhão novo ou antigo,
e em seguida se rasguem todas as fotografias que, porventura, ainda resistam amarelecidas pelo tempo, não dos momentos felizes, não isso não, mas das cicratizes que sobreviveram a esses machucados todos, e que se jogue fora o mercúrio cromo
e todas as outras coisas que não mais existem, e que fingem não doer, mas doem!
Em contrapartida, é necessário também não caminhar contra o vento, pra quê medir forças com quem está vencendo?
Mais sábio mesmo é esperar pelo tempo que inevitavelmente chegará a trem ou a cavalo, implacável.
Como não podia deixar de ser também,
é importante aprender novas canções, ler outros escritores, se abrir pra qualquer possibilidade de encontro com o novo, que assim como o tempo, nunca deixa de chegar!
É isso mesmo, nada de velhas canções tatuadas na lembrança, nada de cheiros e sabores que já se conhecem de cor, agora é desocupar as gavetas da memória e apostar no futuro, que, por hora, até pode parecer inacessível.
Uma última coisa, é preciso antes de tudo que você acredite nisso tudo, como palavras repetidas ao espelho e que ecoam no mais intimo de você, como num livro qualquer de auto-ajuda, grifado página por página, nas coincidências, evidências e sincronicidades que sempre é possível encontrar com a dor de um outro alguém,
agora, vê se preciso repetir isso tudo?
você anda tão calado ultimamente,
(...)
velho,
cansado,
e descrente!
Estamos entendidos?
Quer saber, coração burro?
Desculpe, mas cansei de ouvir você!
WDR
domingo, 13 de julho de 2008
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