quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

FUNERAL

Deponha a seu favor num gesto claro
de indiferença ou rebeldia,
e receba das minhas mãos um verso incerto,
memorando fagulhas de alegria
Alegue, quem sabe, numa nota triste
um espanto fatal, uma ferida,
mas vasculhe as gavetas das erratas
arquivadas por você na minha vida.
Dispa o luto, cale o verbo
esqueça o desencanto e a elegia
o engano do olhar muito de perto,
e sepulte, de vez, minha poesia.



Waleska Dacal


" Nunca é triste a verdade, o que ela não tem é jeito!"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

VENDAVAL

Que o amor ande sempre ao lado do silêncio, que ele se aparte de vez de qualquer palavra que possa ser futuramente usada contra ele mesmo,
que se afaste dos vários sorrisos, ensaiados e imprecisos,
que se exclua da convivência dos faltosos e que da mesma maneira não ande com os que sempre estão presentes, por que com eles acontece que, serão como povoados fantasmas, diante do amor, e já não haverão vozes, ruídos e arrastar de correntes.
Que o amor ande calado e ensimesmado, de olhos vendados e asas cortadas, para que já não alcance o juízo equivocado que fazem a seu despeito, para que já não veja o punhal que enfiarão nas suas costas a revelia, para que não engula as palavras que colocarão falsamente na sua boca, proliferando vozes que nunca existiram,
Que o amor ande somente ao lado daqueles que não o compreendem, mas que o aceitam mesmo sem compreender, por que os que afirmam conhecê-lo já o entregaram por 30 moedas de prata, ou por coisa nenhuma,
Que o amor ande, por fim, contrito, enlutado, descrente, desconfiado, ferido e bem atento às cicatrizes que o marcarão após a passagem do vendaval, para que ele nunca esqueça que será traído, dormindo tranquilamente com o inimigo, que cortará suas asas, ao invés de queimá-lo, acreditando que assim ele nunca mais irá a parte alguma,
Que o amor, então, aguarde o juízo final do tempo, que nunca engana, e possa levantar a cabeça e sacudir a poeira e inventar novas asas e tentar, quem sabe, o seu voo mais alto. E que o amor, mesmo em meio a dor, nunca largue o meu braço.
Waleska Dacal
"(...)O amor não pode conviver com a suspeita."
(Do mito de Eros e Psique)

domingo, 19 de julho de 2009

Dia do Amigo

Amanhã é o dia do amigo, digo isso falando dessas datas pré-estabelecidas que, parece-me, foram criadas para que, vez por outra, a gente pare pra lembrar um pouco sobre coisas importantes.Então, desde ontem comecei a receber mensagens lindas de pessoas que me são queridas, umas que estão constantemente presentes na minha vida, outras nem tanto, mas que, por algum motivo, lembraram de mim.
E passei a refletir sobre as novas dimensões disso que chamamos de amizade, nos dias de hoje, tão repletos de afazeres, compromissos inadiáveis, relações intensas de trabalho e outras tantas responsabilidades.
Comungo desse encurtar de distâncias facilitado pela internet, mas confesso ser do tempo em que os amigos se procuravam mesmo pra falar besteira, pra ficar um pouco na compainha do outro, ainda que em silêncio, pra dividir tristezas e alegrias, desilusões e novas esperanças, não é a toa que conservo amizades construídas na infância e na adolescência.
E me entristeço em perceber o quanto as pessoas tem medo, hoje em dia, de construir boas e duráveis amizades, o quanto vivem assustadas, na defensiva, fugindo de algo ou de alguma coisa que penso ser o reflexo delas mesmas com suas próprias convicções e pensamentos tortos.
Eu fico incrível em perceber que mesmo na rede, há aquelas pessoas que só adicionam nosso nome como válvula de escape, para repassar aquelas correntes que dizem que se você não passar o -E-mail para n pessoas em tantas horas, você vai amanhecer todo tronxo, tronxinho, tronxinho, ou ainda, vez por outra, mandam uma mensagem qualquer hieroglífica, ou em sânscrito, daquelas que você não entende porra nenhuma!E fica assim com cara de ANH!??Cara de paisagem!
Bom, eu não sei se por cansaço, falta de tempo ou amor-próprio, tenho desistido de pessoas assim. Tenho me negado a provar a quem quer que seja o quanto posso valer a pena e o quanto a minha amizade e devotamento são sinceros. Enfim, motivada, também pela tão difundida data de amanhã, DIA DO AMIGO, quero dizer a todos aqueles que se mostraram tão abertos a minha existência o quanto sou grata por tê-los reconhecido nessa vida e o quanto me orgulho em poder partilhar das suas conquistas, amadurecimento diário, de poder dividir confiavelmente os momentos tristes e as alegrias, com entusiasmo e verdadeiro amor.Quero que eles me perdoem as vezes em que me encontram arredia e monossilábica, ou ainda aquelas em que tudo o que posso fazer é ouvir e calar, na certeza de que torço para que suas angustias, dúvidas e ressentimentos, possam dar espaço a alegrias, certezas e perdões.
Nem sempre sou a amiga perfeita, nem a mais tolerante, por que não sou de ficar calada diante das coisas que me incomodam, mas sou sincera e até nas minha reclamações sou intensa e inteira, ainda que verdadeiramente chata. (rs)
Tenham um bom dia amanhã e depois de amanhã e no dia seguinte e hoje e SEMPRE!


(Waleska Dacal)

sábado, 11 de julho de 2009

Uma lição de equilíbrio...

"Eu acompanhava um amigo à banca de jornal.
Meu amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, meu amigo sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom dia de semana.
Quando nós dois amigos descíamos pela rua, perguntei:
-Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
-e você é sempre tão atencioso e amável com ele?
-Sim, sempre sou.
-Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
-Por que não quero que ele decida como eu devo agir.
Nós somos nossos 'próprios donos'. Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar a mercê do mau humor, da mesquinharia,
da impaciência e da raiva dos outros.
Não são os ambientes que nos transformam e sim nós que transformamos os ambientes."


(Desconheço o autor)


Eu estava me preparando para estudar, tentar atualizar uma série de assuntos acumulados, devido a algumas semanas de fadiga, gripe e cansaço, quando encontrei um velho papel, onde despretensiosamente pude ler a mensagem que postei antes de iniciar esse texto. Sinto não conhecer o autor, talvez depois me detenha alguns minutos vasculhando a internet, atrás de algum indício de quem tenha sido tão feliz ao escrevê-lo. Mas, faço isso depois, agora quero apenas aproveitar o sentimento que me invadiu depois que pude lê-lo, num voto de solidariedade.
As pessoas andam tão ensimesmadas ultimamente, que é quase uma profissão de fé conseguirmos nos manter fortalecidos diante do potencial de agressividade que delas emanam, não falo somente da agressividade declarada e expansiva externada por gestos rudes, palavras ásperas, ofensas diretas, falo de um tipo de agressividade pior e muito mais perversa , que se trata da agressividade velada, sutil, dissimulada, escondida atrás de palavras doces, sorrisos aparentemente amistosos, mas, limitados, de alegrias polidas, contidas, ensaiadas.
Falo da agressividade do olhar meramente humano, e não com o coração, que alcança coisas que quase ninguém consegue ver, ou melhor, se permite ver.
Falo da agressividade que é não parar para escutar o que o outro tem realmente a dizer, e mesmo assim, permanecer longos minutos, ensaiando um sorriso e assentindo com um gesto de cabeça, para parecer realmente que se está ouvindo.
Não sei se é por força de um sistema tão bruto que as pessoas tem se exilado em seus mundinhos, evitando aproximações e laços afetivos significativos, não sei se é mesmo por força da pressão e da selvageria do mundo contemporaneo, com suas tecnologias, que as pessoas tem se limitado a relações virtuais e estéreis, não sei se por medida de segurança ou medo de amar, as pessoas tem se dedicado a estudar estratégias de guerra, ao invés de se entregarem umas as outras em acolhedores abraços, mas, sei lá, só sei que hoje, ao reler o texto de abertura desse escrito, lembrei de um velho amigo de Faculdade que costumava dizer tinha lido a Arte da Guerra e que nas suas relações, fossem elas de que natureza fossem, sempre via no outro um inimigo em potencial. E não era por acaso, creio eu, que lhe faltava doçura, brilho, aquele viço mesmo que tem as pessoas que são realmente felizes. Hoje eu sinto,em não ter dito a ele, o que só ouvi recentemente de uma amiga, quando curiosamente falávamos sobre como é difícil conviver com pessoas que vivem ensaiando estratégias para se defender de relações significativas com os outros, e do quão estressante deve ser decorar os capítulos de um tratado milenar sobre táticas militares de guerra, não desmerecendo a obra, que até os dias atuais tem influenciado as competitivas relações de trabalho. Por bom humor, desprendimento ou galhardia mesmo, ouvi minha amiga repetir que o que falta a pessoas dissimuladas e estratégicas, ao invés da leitura de a Arte da Guerra, é ler Ame e Dê Vexame, e Sem Tesão não há solução (risos, risos e mais risos). E tenho dito!

(Waleska Dacal)

(...) É que amar não é pra qualquer um!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Papo de Anal...istas!!!!

Enquanto isso no espaço esquizotímico do MSN, mas um encontro de Pol e Lenta para divagar acerca de filosofias, credos, mantras tantras e outras tantas, alucinações...


Lenta diz
Pol...
Pol diz:
oi mulé
Lenta diz:
"ao redor do buraco tudo é beira!!! "
Pol diz:
coloquei aquela frase e mudei há pouco,
essa mesma!
rs
Pol diz:
tu tá parecendo uma mãe de santo
Lenta diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Pol diz:
o painho do chico anysio
Lenta diz:
menino, fique tão triste com o enterro
do Michael
Pol diz:
eu nem vi!
Lenta diz:
que parece até que eu conhecia ele
Pol diz:
eu sei como é
Lenta diz:
aff..
Pol diz:
olha
menina, a T mandou p mim uma programação da bixiga
Lenta diz:
de filmes?
Pol diz:
de tecno, hemo, viadovigilância, etc
ora filme!
Lenta diz:
viadovigilância?
Pol diz:
um babado lá junto com o Núcleo(...)
Lenta diz:
ah o projeto sentinela...
ói, sentinela!
Pol diz:
sim sim
sente....
sentas nela?
Lenta diz:
eu não!!!
Pol diz:
sente nela?
Lenta diz:
nem morta!
Pol diz:
sentes nela?
Lenta diz:
já senti muito!!!!
Pol diz:
o que sentes?
Lenta diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
...
vou postar nossa conversa no meu blog!
Pol diz:
calma!
Lenta diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Pol diz:
ora pois!
Lenta diz:
vou colocar o título papo de analista...
vou mudar nossos nomes
Pol diz:
papo de anal...
istas
Lenta diz:
isso!
Pol diz:
tu és inteligente que só viu
Lenta diz:
vai ser bem assim...
eu?
por que?
Lenta diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Pol diz:
eu gosto de mulher inteligente
Lenta diz:
oh...
Pol diz:
que embarca nas viagens mentais
Lenta diz:
é verdade
mas isso não é inteligência, é loucura, Pol...
Pol diz:
ora pois!
Lenta diz:
vou colocar mesmo no blog
tô falando sério...
Pol diz:
e o que é a loucura senão uma inteligência disfarçada?
Lenta diz:
eita frase da Porra!
vou colocar como seu nome essa frase!
Pol diz:
rsssssssssss
viu a frase q eu coloquei na apresentação
Lenta diz:
oxe vou lá no meu blog espere ai q depois vc vê...
vi...
de quem é?
Pol diz:
depois te falo!
Lenta diz:
é da CP???

Pol diz:
nãaaaaaaaaaao
é minha
sabe do que se trata?
Lenta diz:
da (...)?
Pol diz:
não!
Lenta diz:
do que se trata?
Pol diz:
sabe daquela janela da entrada do corredor?
Lenta diz:
sim!
Pol diz:
do lado direito?
Lenta diz:
isso!!!
SEI SIM
ONDE VC FICA conversando COM A M!


Pol diz:
vez por outra ficamos ali eu e M. Isso!
Lenta diz:
KKKKKKKKKKKKKKKKKK
Pol diz:
e vem uma pessoa após a outra
Lenta diz:
minha gente,
é verdade,
e as caras são tão tristes!
Pol diz:
acho q vou escrever sobre. Que tal?
Lenta diz:
Isso!
sobre as várias (...)bologias que um divã pode ter,
a necessidade é que faz o divã!
Pol diz:
que é isso? bologia?
Lenta diz:
SIMBOLOGIAS!
Pol diz:
ah sim!
Lenta diz:
É ESSE SAPO VIADO!!!!
Pol diz:
kkkkkkkkk
Lenta diz:
VOU LÁ NO MEU BLOG! VOLTO JÁ!
Pol diz:
qual é o end?
quero ver...



" A janela terapêutica. O vácuo onde se derramam as angústias!!!
(Nilton Santos)

domingo, 5 de julho de 2009

Silêncio...

Se tem uma coisa que tenho aprendido, de uns tempos pra cá, é ficar em silêncio.
Tenho aprendido com a minha própria impaciência, e sei que o silêncio pode ensinar a qualquer um a ser mais paciente e contido,
Tenho aprendido com as minhas limitações, por que sei das coisas que não compreendo e do quanto me desgasto emocionalmente tentando compreendê-las,
Tenho aprendido com o meu medo, pois reconheço a minha insegurança por nem sempre conseguir fazer tudo certo de modo a beneficiar o maior número de pessoas possível,
Tenho aprendido com as minhas falhas, cometidas por excessos ou por desvelo, ambos com suas próprias justificativas.
Com o silêncio eu tenho me fortalecido até mesmo para abrir mão de tesouros que julguei conquistados e que hoje, entendo, ter apenas me enganado com o brilho distante, que simulava grandes aproximações.
Tenho aprendido a ser mais exigente, com o meu olhar, com o meu compreender, com o meu aceitar, de modo a não ter que podar a liberdade de ninguém com eventuais cobranças,
Mas, com o meu silêncio tenho aprendido, sobretudo, a não aceitar menos do que eu acho que mereço, em silêncio tenho aprendido sobre o valor imensurável que tem o meu amor próprio e a minha auto-estima, e pude também compreender sobre o tempo certo de cada coisa, sobre o modo como o divagar da própria vida, com as suas filosofias intrínsecas, coloca cada coisa no seu devido lugar. A sapiência do universo sabe exatamente onde acomodar cada coisa.
Então, com o silêncio tenho aprendido também a não sofrer, por coisa alguma, e nesse escuro medonho a que nos submete o silêncio quando não o temos ainda por aliado, aprendi também a ter cada vez mais fé, a acreditar nas coisas que não sou capaz de ver com meus olhos humanos e limitados e, curiosamente, tenho me fortalecido e renovado minhas energias, firmando o compromisso de ouvir a melodia agradável do silêncio sempre que não for verdadeiramente necessário gastar minhas energias com palavras.


(Waleska Dacal)

(...)"Palavras apenas

Palavras pequenas

Palavras, momento

Palavras, palavras

Palavras,palavras

Palavras ao vento"...

(Cássia Eller)


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobre máscaras e simulacros

Ultimamente eu tenho pensado tanto sobre a grandiosidade das pequenas coisas, dos pequenos gestos, tenho me questionado muito e silenciosamente acerca da vagueza que, na maioria das vezes, tem servido como argamassa para as relações humanas.Tenho refletido sobre as máscaras que as pessoas usam e que nos oferecem, e que quisera eu, fossem apenas alegoria, mas que de tão bem encaixadas já foram assumindo as vezes de uma segunda pele, um simulacro qualquer de inexatidão, atrás de um verniz qualquer de respeito.
Mas eu ainda acho que respeito mesmo você tem por aquelas pessoas que conseguem lhe enxergar de fato e de direito, sem o véu que adorna nossos tolos desejos ou fantasias. Penso que sou respeitada quando posso ser quem eu sou e essa dimensão do que em mim é humano ou quase santo, não limita nem melindra, não agride e nem dilacera, podendo até provocar alguns atritos, daqueles que trazem na sua essência o germinar de outros crescimentos, alicersando as bases, soldando a segurança, lapidando a pedra bruta e não menos valiosa da convivência, do comungar, da partilha que liga os espíritos afins num laço qualquer de irmandade, amor e busca.
Sim, tenho a cada dia que passa acreditado mais e mais que a afinidade entre os espíritos movimenta a busca, o encontro, a sintonia, o discurso amoroso do silêncio, esse espaço restrito e tão reservado a DEUS, ou qualquer outro nome que Ele tenha! Ele que se esconde na grandiosidade das pequenas coisas, dos pequenos gestos, Ele que invade o nosso pensamento, de repente e nos pede para amar, amar, amar, amar e quando nos parecer imposível mesmo amar tanto, amar mais e mais e em silêncio...silêncio para podermos ouvir as respostas ecoantes dos nossos próprios sentimentos. Tão somente!
(...) Eu também já estive na Caverna de Platão!


Waleska Dacal





sábado, 4 de abril de 2009

Mapeamento


Toque teus pés no meu solo,
deixe teu rastro na minha pele,
mapeie cada parte minha que você não conhece,
sele com as suas digitais,
imprima em minha boca o seu gosto,
desenhe o meu quadril com o seu dedo,
contorne com a sua boca o meu peito,
mergulhe o mar do seu olhar,
na noite escura dos meus olhos,
chame bem devagar o meu nome,
sussurre que me quer ao meu ouvido,
adentre, com segurança, no que você tem medo!
indiferença demais é desejo contido,
mas, desejo reprimido é mais forte que o medo!

(...) vou esperar!Quem espera sempre alcança!

Quem espera também cansa!


Waleska Dacal
04.04.09



quinta-feira, 12 de março de 2009

Negação

Agora a minha ação é inação,
O meu desejo agora, não desejo,
A antítese de tudo que acredito,
Na exatidão daquilo que não vejo,
Escrevi seu nome, várias vezes,
Mas não li, e, várias vezes,
Eu risquei,
Pra não esquecer que pra você abri a porta,
(...)
E pra lembrar que por você eu a fechei!


WDR


(...)Just do it!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Pérolas aos porcos...

A matéria que me compõe dispensa insumos,
prendas,
mimos tangíveis-incompreensíveis.
A matéria que me fundamenta é vão subjetivo,
invólucro, substancialmente perceptivel,
no barulho incômodo do meu silêncio,
quem me conhece bem sabe do meu tempo,
consegue dialogar com o meu mudismo,
se esforça por compreender o que eu não digo...
me alcança,
me vasculha,
me enxerga por dentro!
Quem não me conhece, nem acha importante me decifrar,
eu, tola esfinge!
Prefere acreditar que é mesmo tolice minha,
entregar meu sentimento inteiro,
puro,
verdadeiro,
a quem não parece merecê-lo...
feito pérolas aos porcos!
Mas desconhece também a frieza
e a praticidade que em minha alma abrigo,
quando julgo que assim dever ser,
"DECIFRA-ME ,
DECIFRA-ME OU TE DEVORO!"
COM O MEU MELHOR SORRISO!

Waleska Dacal Reis

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

lataria


(...) UM ARRANHÃO PROFUNDO NA LATARIA


E BASTA UM BOM SERVIÇO DE LANTERNAGEM,


COM SORTE EM UM OU DOIS DIAS,


TÁ PRONTINHO,


LÁ, PARECE ATÉ NOVINHO EM FOLHA!


MAS NÃO SE ENGANE CORAÇÃO,


NEM SE OFUSQUE COM O BRILHO!


POR MAIS QUE OUTRAS PESSOAS NUNCA


PERCEBAM,


O VELHO ARRANHÃO PERMANECE LÁ...


Waleska Dacal
21.01.09
acessado em 21.01.09.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

GOSTO DE COISAS IMPOSSÍVEIS,

DO TIPO SECAR O MAR COM UM BALDE,

POR SORTE EXISTE A TÁBUA DAS MARÉS

QUE DE ACORDO COM AS FASES DA LUA,

A CADA VAZANTE,

ME FAZ ACREDITAR QUE ISSO É POSSÍVEL,

SEM CONTAR COM MEUS ESFORÇOS!

LOGO PERCEBO,

NUM PENSAR INCOMPLETO E INCONGRUENTE,

QUE CERTAS COISAS VÃO ACONTECENDO APESAR DA MINHA IMOBILIDADE,

POR QUE O NADA FAZER AINDA ASSIM É FAZER,

E TRISTE COISA É NÃO PODER FAZER TUDO O QUE SE QUER,

E TER QUE ACEITAR QUE, MUITAS VEZES,

PRA SE CONSEGUIR O QUE SE QUER É NECESSÁRIO NÃO QUERER,

NEM FAZER COISAS ALGUMA!


Waleska Dacal



"Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer" (Fernando Pessoa)
"A fé sem ação é fé morta!!!"








domingo, 18 de janeiro de 2009

É sempre mais fácil viver a vida do outro,
Quase sempre temos mil e uma maneiras de solucionar os problemas da vida das outras pessoas, acreditando que essa ou aquela solução seria perfeita, mas esquecemos o tanto de coisas que temos para ajeitar na nossa própria vida.
Nem precisa fazer uma lista muita longa:
Nossos medos,
Nossas inseguranças,
Nossas dívidas,
Nossa casa,
Nossa maneira de ser, vestir, falar,
Nossas crenças e ideologias,
Nossos sonhos e ideais,
Nossas relações pessoais,
Nossos próprios limites!
É natural que, entre amigos, pessoas que se gostam, familiares, ou mesmo aqueles por quem temos grandes afinidades, haja uma preocupação concreta com essa ou aquela atitude do outro, haja uma vontade de que o outro melhore, cresça materialmente e espiritualmente.
No entanto, a distância que separa a preocupação e o desejo sincero pelo bem estar do outro da interferência e da crítica inútil, deve ser considerada e respeitada.
Se é possível viver uma vida, essa tem que ser a nossa, que é curta e sinuosa, cada esquina uma surpresa, o tempo é pouco para colocar ou pelo menos tentar colocar cada coisinha em seu devido lugar.
Cada segundo que dedicamos à análise da vida do outro é um segundo a menos que bem poderíamos estar dedicando a nossa própria vida tão cheia de coisas a ajustar.
E sabe quando é que nos damos conta disso?
Quando alguém vem nos criticar,
Quando alguém nos dirige um olhar de amargura, provavelmente devido às suas próprias frustrações que não foram resolvidas por que, certamente, perdeu mais tempo tentando resolver o problema da vida dos outros...
Umas coisas a gente aprende falando, erradamente falando sem pensar, outras bem mais significativas a gente aprende no silêncio.

Estive ontem ouvindo o relato de uma conversa que uma amiga teve com uma vizinha, palavras tão inúteis e agressivas, carregadas de preconceito e menosprezo, me fizeram enxergar duas coisas:
A primeira, é que costumamos usar o outro como espelho para as nossas feridas emocionais e frustrações,
E a segunda é que se controlarmos melhor nossos impulsos não agrediremos nem magoaremos ninguém e ainda teremos uma excelente oportunidade de exercitar a nossa tolerância, acumulando conhecimentos que nos ajudarão, com certeza, a melhorar a nossa própria vida.

Um brinde ao silêncio, então!

Waleska Dacal Reis
18.01.09

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Coquetel molotov

Puta Que pariu, se tem coisa que eu ODEIO é formiga, formiga é um bichinho pequeno, insignificante, mas que encaralha qualquer um!Você arruma a cozinha todinha, deixa tudo limpinho bonito, mas elas insistem em aparecer, procurando uma migalhinha de não sei quê, você não pode deixar nem por um segundinho um restinho de qualquer coisa num copo ou numa xícara, que elas montam logo uma força tarefa, mandam primeiramente uma pequena expedição pra reconhecimento do local a ser explorado, ficam de longe esperando os contatos das amigas terroristas, e no segundo seguinte lá vem a milícia completa, infernizar a porra da vida de qualquer um!!!Eu ODEIO formiga! E tenho pra mim que as que andam lá por casa receberam treinamento do exercito talibã, só sendo! Elas são suicidas!verdadeiros “homens” bombas, explico:
Descobri uma maneira eficiente de matar uma porção delas de uma única vez, sadismo puro, confesso, mas dá um certo prazer!Lá vai a receita:

Pegue uma xícara, um copo, qualquer pequeno recipiente e coloque uma pequenina quantidade de coisa doce, pode ser algumas gotas de café adoçado, um restinho de doce, e essas delícias todas e aguarde...
Esqueça mesmo por um tempo e depois vá conferir, aposto com você que vai estar aquele aglomerado de pequenos monstros odiosos ali reunidos quase imóveis, zumbis devorando freneticamente o que pra elas parece ser o manjar dos deuses, então meu amigo, nesse exato momento, você enche um pouco a pia de água, de preferência com algumas gotas de detergente, a essas alturas você já está chamando de deterformiga, e quando elas estiverem bem alegrinhas, bando de ‘fia’ da peste, você enche o recipiente de água da torneira e depois afoga elas na pia, e abre o ralo...QUE BELEZA!!O redemoinho levando elas ralo abaixo e elas nadando freneticamente, e como nadam, tentando se salvar!NÃO DEIXEM, MATEM ESSAS FIA DA PESTE TUDINHO!!!!
O mais interessante, é que, enquanto umas estão morrendo submersas e ainda assim nadando, as formigas-bombas, kamikazes, ou sei lá o quê, vem e se jogam dentro da pia num gesto qualquer de desespero ou amor a causa, como queiram acreditar! Eu, da minha parte, quase pulo de alegria, deixo a pia toda limpinha outra vez e preparo mais uma pequena porção de “VÁ COM DEUS!!” a Roberta Miranda que me desculpe, mas foi esse o nome que dei ao meu maravilhoso coquetel molotov.Espero que a minha sutil receita tenha contribuído com a melhoria da sua qualidade de vida doméstica, amigo leitor, e quem sabe, em breve, eu poste outras dicas úteis qui nesse meu confessionário virtual!
Fui!
Waleska Dacal
16/01/09

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

(...)

Bom pra começar bem esse ano, eu gostaria de parar com essa mania de ficar registrando as minhas impressões aqui nesse diário virtual, que mais parece o meu divã psicanalítico, mas é incrível como, mesmo tendo tanta coisa pra fazer, uma lista de urgências a espera da minha força motriz, ainda assim sobra tempo pra pensar em coisas, pra sentir coisas, pra manifestar coisas, pra tentar digerir, dificilmente, coisas, "no vão das coisas que a gente disse", diz e cala!!!Ai que coisa tão Ana Carolina!
Mas, "é isso ai!"Por hoje, enquanto faço o almoço, me pego a refletir sobre o valor que damos às pessoas...e o que é mesmo o que determina o nosso devotamento, a nossa fidelidade, a não ser um sentimento muito maior e supra humano, que cegue todos os olhos a todas as ausências, ensurdeça todos os ouvidos a todos os silêncios, enrijeça todos os músculos pela falta de movimentos e pela inação, numa carência qualquer de pequenos gestos, delicados gestos, nem médios, nem grandes, migalhas de atenção e respeito humano.
Mas como mensurar aquilo que os nossos olhos pensam ver, que nossos ouvidos acreditam ouvir e a nossa sensibilidade julga ser (se iludindo, coitada) manifestações de grandes esforços pessoais de outrem em nossa direção? Ai, ai.. Não seria uma questão de foco.Essa análise carece de mais realidade, deve ser mais factual, essa coisa de dizer que é tudo uma questão de ponto de vista, é uma maneira de se auto-iludir, mas a verdade mesmo tem a ver com o velho e bom QUERER!
Esses dias uma conhecida minha escreveu lá no orkut dela:

"Quem quer arranja um meio. Quem não quer arranja uma desculpa."
Nem é muito difícil arrumar frases que justifiquem a importância que tem o QUERER nas nossas ações, em cada movimento nosso. Até em frase de parachoque de caminhão dá pra pesquisar, e é bem isso! Por mais que os grandes líderes religiosos tenham pregado o doar-se sem receber nada em troca, por mais que a gente, ame independente de ser amado ou não, "apesar de", e "ainda que", humanamente devemos reconhecer que amor se alimenta de amor, carinho se alimenta de carinho , amizade se corresponde é com amizade, confiança, respeito.Não se pode alimentar bons sentimentos com desprezo, malícia, dúvidas, receios, pragas e maledicências e esperar que eles floreçam por longas datas...Bom, acho que por hoje eu extrapolei na minha dose diária de otimisto, quero só ver agora quando é que eu vou parar com essa restrospectiva 2008 já nos idos de 2009, mesmo por que fica mais fácil com um bom vinho e hoje não tô bebendo nada, quer dizer, vou tomar água, por aqui tá um calor insuportável!!!
E tenho dito!
WDR.
07.01.09

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ausência



"Sentir é estar distraído''...(Fernando Pessoa)



Me bateu uma tristeza agora
que, perdida entre pensamentos,
não sei dizer o que me atinge nessa hora,
nem externar o que sinto aqui por dentro.
Parece-me, tem a ver com a sua ausência
e todas as ausência com suas discrepâncias,
tem a ver com adolescência, fase adulta,
maturidade conquistada na infância.
Deve ser algo amplo, mas restrito,
deve ser algo gritante e jamais dito
sobre essa ausência que não chega
e só demora.
Algo discreto que ninguém sonha,
nem sente,
algo interno,
que só eu guardei na mente,
sobre essa ausência,
que me cala e me devora.

(Ao meu pai)

Waleska Dacal
14/07/99

Trôpega

Sai meio trôpega,
foi mesmo muito forte.
Mais forte que o vinho,
gosto,
cheiro,
lacre.
Mais forte que qualquer
outro álcool forte,
Sai sem saber de mim qual fora a parte
que melhor ficou em ti.
E sai meio morta,
foi muito forte a dose,
mais forte do que a vida,
desgosto,
frio,
parte,
perdi mesmo o meu norte.
Sai sem saber em mim qual fora a parte,
que melhor ficou de ti,
pra me dar sorte!!!
Waleska Dacal
03.09.99

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A colecionadora de horas

Faltou do mensageiro dos ventos
A carta piedosa, trazendo a boa nova,
Mas o raiar do dia clareando as idéias fez entrever
O porquê,
Entre falsas escusas, ou talvez não tão sinceras,
Que só se justificariam pelo medo,
De ao atravessar a porta, enxergar-se do outro lado do espelho,
Onde sempre esteve,
Aprisionada por preconceitos tortos,
Inseguranças tantas,
Constantemente alucinada, num delírio louco
e uma febre quase insana,
colecionando horas,
fracionando ainda mais os minutos e os segundos.
Faltou uma brisa qualquer vinda de não sei onde,
Que acalentasse o meu pobre coração ferido,
Pela constatação dos meus enganos,
Mas, tão resistente ao tempo,
Que no embaçar dos meus olhos,
Com a fumaça,
Que no estremecer do meu corpo,
Sem nenhum frio,
Que no impacientar-se da inexatidão
De todos os silêncios,
Imobilizou-se, sem um gesto qualquer
de arrebatamento...
Faltou do mensageiro dos ventos
A carta piedosa do ESQUECER!


Waleska Dacal Reis
01.01.09


(...) “meu coração já se cansou de tempestade”