"Pessoal, vamos combinar uma coisa? Eu digo boa tarde e vocês respondem, pra eu não passar vergonha...Boa tarde, pessoal!" .
Quem já não viu/ouviu, várias vezes, esse texto, quando, por algum motivo, precisou encarar um busão? Eu mesma já escutei tantas vezes, mas tantas vezes, que decorei, inclusive as variações. O pessoal dos direitos humanos que me desculpe, mas, me irrita profundamente ver crianças sendo 'cooptadas' para garantir a renda mensal de alguns...
"Pessoal, estou vendendo essas deliciosas jujubas, para levar o leite dos meus irmãos que estão em casa, uma, é cinquenta, duas é um real, três aceito um vale transporte, se você puder me ajudar, Deus, lhe abençoe, se não puder, Deus lhe abençoe da mesma forma."
Sinceramente, eu fico com um mau humor terrível, e ainda mais pelo sotaque que eles utilizam para oferecer as suas mercadorias, que, certamente, é o sotaque de algum "Vivaldino" vindo de São Paulo, ou seria do Rio? sei lá! Às vezes, eu lembro tanto do meu primo Raphael, com aquele sotaque de malandro carioca, chiando mais que panela de pressão...Definitivamente, o sotaque não é de nenhum Estado do Nordeste, e olhem que eu já bati o Nordeste quase todo. Pois, estava eu com um sono incrível, espremendo ainda mais o meus olhos por causa da claridade do sol, bem sentada numa cadeira velha do ônibus, quando, de repente, entra uma figura para pedir ajuda aos passageiros(...) Juro que eu não estava, nem um pouquinho, com vontade de rir, mas, foi de última, o que vou escrever daqui pra frente é o que se pretende ser, a mais fiel possível, descrição do que vi/ouvi:
"Miiiii-nha... geeeeeeeen-te! eu, ps de la ca fe juna fe li po te ca se, tufe di o pa le tu re sa na fe le ute ti na...se tu fi la ma ne ca fu... eeeeu, sooo-u é do-en-te."
Carai...ficou ecoando o "eeeeeeu, soooo-u é do-en-te!" na minha cabeça...eu e essa mania de prestar atenção no que o outros falam...mas não prestou não! foi me dando uma vontade de rir, mas uma vontade de rir tão grande...daí eu olhei para os passageiros que estavam sentados atrás de mim, e eles estavam PASSADOS...e perguntando uns aos outros: " o que foi isso que ele falou?", "sei não!", "vôôti!", "Menino, desse eu nunca vi!"
E quanto mais as pessoas falavam, mais eu pensava(e continuo pensando) no quão 'tragicômico' foi aquilo tudo!Seria aquela alguma língua morta? A vontade que tive de rir foi tão grande que desci do busão dois pontos antes, porque, nessa altura dos acontecimentos, corria o risco de eu levar uma lincha, tamanho era o riso estampado na minha cara...achei pouco fui imitar a cena para a Albinha pelo celular(minha gente, eu tinha que dividir com alguém...).E Vocês nem imaginam o troço que ela teve escutando o relato da minha experiência a caminho do trabalho. Detalhe: Ela também já estava trabalhando, os companheiros dela de trabalho, no mínimo, devem ter ficado com a mesma cara que os passageiros do ônibus diante da abordagem inédita: "eeeeeeeeeeeee-u sooooo-u é do-eeeeen-te!" E tenho dito!
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