quarta-feira, 30 de abril de 2008

EPICENTRO

Volver ao foco, ao meu epicentro,
vontade mesmo de escrever só pra mim,
me procurando por entre essas linhas tortas e que vão se amontoando dando vazão às coisas que sinto.
Fui me perdendo entre um silêncio e outro,
deles fiz até uma cantiga de estranhas notas, graves, fúnebres,
canção de um amor maior, ou despedida,
vasculhei as interlocuções do que não disse,
como subtraindo de mim mesma qualquer poesia,
e me devolvi tudo, o gosto, o improviso,
por que nada em mim é pouco, nada em mim é ameno,
e depois, depois de tudo olhei, demoradamente, para o espelho
(...)
tem mais de mim nessa subjetividade,
do que em qualquer prosa ou poesia que eu possa escrever explicitamente,
é que eu não gosto do óbvio,
gosto é quando se permitem - E POUCOS O FAZEM!
descobrir quem eu sou, antes que eu me canse da minha própria insistência em mostrar-me,
e perca o encanto!

WDR


Vou dando essa semana por encerrada, e faço uso das palavras de Hilda, pra fortalecer o meu canto:

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.
(Hilda Hilst- Cantares do sem nome e de partida)

sábado, 26 de abril de 2008

Aparte

À parte o desconforto causado por isso que nem sei o nome e as provocações suscitadas pelo silêncio, quero dizer que continuo a caminhada, mesmo por que, sem perceber e sem me precaver, descobri dia desses o quanto fiquei esperando numa imobilidade, num estado qualquer de esperança, digo esperança no sentido puro e breve de ESPERAR, não mais que isso.
Quero deixar escrito, também, que entendi essa sua vontade de que eu seguisse adiante,
as mensagens subliminares indicando um 'talvez amanhã', mas o nosso tempo está sendo ofertado agora, e o nosso verbo está sendo conjugado no hoje. Que garantia temos das respostas que virão?Eu mesma não perguntei nada ao futuro, e você?
Mas, sei que os nossos silêncios foram ficando tão parecidos quanto os nossos medos,
e que nós também fomos nos assemelhando, nos parecendo...será que sempre fomos assim? Será que fomos nos misturando? ou nos absorvendo?
São tantas perguntas pra um curto espaço de tempo e quase nenhuma convivência, quase nenhuma resposta.
De cá, apertei o botão da racionalidade, da praticidade e apelei para o resto de sensatez que ainda governo, e disse a mim mesma que você é um assunto que não conheço, um universo que não me diz respeito, uma canção numa língua qualquer que eu não domino, apesar de ter entrado em mim como um vírus ainda não estudado, de potencial imensamente agressivo, apesar dessa sua doçura...
Ai, ai!
À parte essa vontade de tocar o seu rosto, desenhar com a ponta do dedo essa sua boca, beijar um olho seu, depois o outro (uns 'zoião' tão lindos!), posso dizer até que estou indo bem, e que, graças a Deus, fui salva pelo gongo, porque nem deu tempo de lhe conhecer pelo cheiro...é que se tem algo que eu nunca esqueço é o cheiro de alguém que amo, lembro até hoje do cheiro da minha mãe, cheiro bom! Do meu pai, lembro sim!E o cheiro gostoso da minha Wan! Basta eu fechar os olhos. A Lizi que convive muito comigo, diz que, às vezes, eu sou quase um bicho(rs), e de fato, talvez essa minha ligação forte com os animais tenha me deixado assim meio arisca e com uma sensibilidade olfativa aguçada.Deve ser isso!
Penso que, dia após dia, vou tendo mais controle sobre os meus impulsos, já não faço mais terapia com o boneco psicanalista do MSN, aquele 'fi' da peste, nem invado a sua caixa de correio eletrônico pra lhe incomodar com as coisas que sinto e escrevo, e que tenho me limitado a desenhar você nessas minhas palavras, que coleciono aqui e que você, vez por outra, visita pra ter um indício qualquer de como eu esteja.
Então, à parte essa vontade grande de estar ao seu lado, e essa distância geográfica que inviabiliza essa possibilidade, que lhe reste saber que, com o tempo, eu vou esquecer o seu rosto e o seu sorriso...eu já lhe falei que não sou boa fisionomista!Com sorte aos poucos, também, eu vou esquecendo o som dessa sua voz linda e a maneira demorada como você pronuncia o meu Nome(ai, Meu deus!), o seu instinto de mangação, o seu bico de abuso, essa vontade de grudar em você, e disso tudo ficarão apenas essas palavras que tenho escrito sobre esse tema tão inusitado que é você hoje na minha vida! Mas vou deixar tudo aqui registrado, para que ninguém jamais tenha dúvida do quanto foi tudo, tudo, tudo verdadeiro!
P.S.: Quero não você voando com balões de aniversário...
WDR

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Cupim do Cajueiro

Hoje eu não tava com a menor vontade de vir aqui nesse confessionário escrever as minhas besteiras, mas, dadas as provocações que aguçaram o meu instinto de mangação, lá vai:
Pra variar a Lizianne, muito simpática, deu pra cantar, lá pras tantas, as músicas animadinhas da Ana Carolina, e eu, assim do nada, lembrei de um dia em que estava no melhor do sono e lá me liga a Ana Cecília, quase uma hora da madrugada:
-Menina, eu fui hoje lá no hiper, fiquei olhando uns CDS e acabei comprando um da Marina Lima(...) (prestem atenção na pausa!)
-(Eu passada, assustada com o toque do telefone no silêncio da madrugada!) E foi?É bom?
- é uma coletânea dos maiores sucessos da carreira dela, mas acho que ela já está boa de se aposentar, por que ela tá com uma voz tão rouca, falhando!!!
-Ô, mulher, uma hora dessa, tu não tens o que fazer não???Vai dormir!!!!Não acredito não Ana Cecília, que você me ligou pra dizer isso!
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK( a fia da gota só ria!!!), mas é sério!!!Você não ouviu!!!eu vou dar esse CD de presente a alguém que goste, por que eu não gostei não!!!
- Pois não me dê não que eu não quero não!!!
Fui inventar de contar essa história agora a louca da Lizianne, 'homi', ela teve um troço, riu tanto que se engasgou!!E passou a lembrar/cantar, alguns sucessos da Ana Carolina...ai, Meu Deus...e tossia e cantava, e tossia e cantava, tava quase rouca como a Marina Lima:
..."talvez eu siga sem você daqui pra frente, a vida têm caminhos muito desiguais, disseram que você só fala em mim e agora veja como a gente foi ficar"...
Ah, fia da peste da Ana Carolina, bem que podia ir cantar Atirei o pau no gato! Pra rebater o efeito das canções tarja preta dela passei a imitá-la...pronto, ai foi que a Lizianne se acabou de rir, bom sorrir, aliás, tiramos a noite pra rir, a começar pelas evidências que encontramos no google sobre a miserabilidade humana, explico: instinto feroz de mangação do povo brasileiro! Minha gente, fomos procurar notícias sobre a busca do Padre Carli e qual não foi a nossa surpresa ao ver o tanto de piadinhas que estão fazendo com o cara!Eu juro que não estávamos com vontade de mangar, mas fazer o quê?Ô, povo criativo!Acreditem, ou não, recebi da Albinha um joguinho com a cena de uma praia lotada e as seguintes instruções:
1.Localize o Padre Carli
2.Localize o GPS
3.Localize a Bíblia
4.Localize o celular descarregado
Melhor nem comentar, né??
De repente, não mais que de repente, a Lizianne teve uma crise de tosse e anunciou:
-Cadê aquele seu lambedor da tampa azul?Acho que ele presta, não é?
-Sei não, mas se não servir para a tosse você, com certeza, fica diabética, de tão doce que ele é!!!
-Como é o nome dele?
-Cupim do Cajueiro! Argh, será que tem cupim mesmo ai dentro?
-Sei não, mas aqui dentro diz que tem guaco, alecrim, caju roxo, alho e gengibre.
-e o cupim do cajueiro, cadê?
-Sei lá deve ser o caju roxo!
'Homi', eu brinco, brinco, mas não consigo esquecer o padre Carli, queria muito que, por um milagre divino, ele estivesse vivo e bem, em algum lugar por ai, e pudesse, assim como eu, ficar ouvindo as interpretações incríveis que a Lizi faz da Ana Carolina!É, tem que rir!
Waleska.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

"que eu já não tô nem ai pra essa conversa, que a história de nós dois não me interessa"...
(Ana Carolina)
No final das contas, isso tudo vai passar, faz parte do movimento natural que rege o universo, sem essa de conspirações astrais, ironias do destino, acaso ou coincidência, considere-se, porém, alguma carga kármica, dada a intensidade com que se anunciou e se fez presente durante o breve espaço de tempo em que foi alimentado e que teve permissão para viver.
Agora, sem essa, também, de ficar procurando justificativas plausíveis, grandes enredos de amores intermináveis, algum mal estar, alguma dor, gratidões ou desejos desconsertantes, diante disso tudo que não ouso, sequer, pronunciar o nome, não devemos intentar comparações, desvelos, ou apreços, nada que se pareça com futilidade, nada que seja compatível, por que, não tivemos tempo nem de dar nomes, de tão novo, de tão certo, ainda que perdido em meio a tantas incertezas.
No final das contas, a gente canta um samba, assiste a um filme triste, bem triste, de uma história de amor qualquer, que não chegou a ser por que não era amor, nem era história, nem conspirações astrais, nem profecias e se contenta em ver que sempre existe uma dor maior, um enredo mais triste, alguém que foi mais covarde, e que, é bem clichê mesmo essa coisa do medo do novo, e suas evidências, e depois, depois que a conta chegar, na manhã seguinte, a gente faz o caminho de volta, e tenta se alegrar com o fato de saber que ele foi breve, e tentar apagar o pouco que ficou registrado na lembrança, nome, sobrenome, voz e silêncio, a graça e a cor, e paga o preço alto das coisas não vividas.
Waleska Dacal
"foi o tempo que dedicastes à tua rosa que a fez tão importante"
(Exupery)
e para finalizar, 'querido diário', vou abrir uma exceção e postar uma música da Vanessa da Mata que tem muito a ver comigo:
Achei você no meu jardim
Entristecido
Coração partido
Bichinho arredio
Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim
Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei
Fiz tudo, todo meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência
Sempre
A minha herança pra você
É uma flor com um sino, uma canção
Um sonho em uma árvore ou uma pedra
Eu deixarei
A minha herança pra você
É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo
Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si
E hoje nos lembramos
Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza estava juntando
Você e eu...Achei você no meu jardim!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

SALVE JORGE


Jorge sentou praça na cavalaria
e eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés e não me alcacem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo o pensamento eles possam ter para me fazeram mal
Armas de fogo meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar
pois eu estou vestido com as roupas e as armas de jorge
Jorge é de capadócia,


SALVE JORGE! SALVE JORGE!
(Caetano Veloso)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Velho Cais

Hoje me bateu um cansaço, um cansaço daqueles que sempre me impelem a fazer tudo diferente:
trancar todas as portas,
deixar de acreditar tanto,
não abrir meu coração escancaradamente!
Um cansaço daqueles que me convidam a visitar os velhos fantasmas que guardo nos meus armários, convidá-los para um chá ou um café, e aproveitar a oportunidade pra dizer a eles que guardo lembranças doces no meu velho porão,
mas que o meu navio jaz abandonado, nas minhas incertezas, limitações e frustrações.
Hoje, o cansaço que eu sinto me ronda cantarolando canções tristes, canções que falam de mar, de saudade, de mim e de um 'VOCÊ', perdido em algum lugar dentro dessa represa na qual fui me trasformando, e que, em dias assim, de cansaço extremo, evidencia as paredes rachadas, de profundos vincos, ternas rachaduras, prontas para explodir no mais ruidoso pranto.
Mas, há que se fazer silêncio!
(...)
psiu!
Apaziguar os fantasmas, devolvê-los ao porão no mais profundo sono, já que não é possível amordaçá-los.
E abraçar o cansaço, soerguê-lo nos ombros, partilhar com ele da velha e boa intimidade, que é poder, de repente, sentar na mesma pedra, de volta ao mesmo cais, que, resistente ao tempo e a vendavais constantes, insiste em acalentar os velhos barcos.
Waleska Dacal Reis
P.S.: (...) e é por isso que eu digo: pior foi o padre, que voou e ninguém sabe onde ele está!!!!!!

domingo, 20 de abril de 2008

A Última Pedra

Há certas coisas que antecipam o fim,
uma placa,
uma palavra,
um minuto de silêncio.
Há certas coisas que vão ficando ao longo do caminho,
como as cantigas tristes das carpideiras,
com seus mantos negros,
sob o sol ou a chuva,
a ensaiar as mais solenes despedidas requisitadas pela morte.
Há certas coisas que antecipam o fim,
como as normas técnicas de redação exigidas pelos concursos,
que limitam qualquer assunto a um espaço de 30 linhas e mais nada,
e assim, em poucas palavras e de forma lógica e racional,
você tem que dizer tudo que pensa a respeito,
mesmo sem ter tido tempo de entender muita coisa!
Há fins sem começo,
sem meio,
sem mas,
sem porém.
Há, também, aquele entremeio que antecipa o fim,
antecipa a dor,
o gozo,
o gosto
e a vontade,
Há um desespero qualquer, ensimesmado e triste,
que se adianta, antes de uma grande agonia,
ou de um forte desejo que se vai negando.
Há certas coisas que antecipam o fim,
como as longas cartas nunca enviadas,
os textos escritos e engavetados,
as fotos que vão amarelecendo,
a lembrança de um riso,
o tom da voz,
o ritmo, entre um silêncio e outro,
um sentimento e outro,
uma distância e outra.
Há certas coisas que antecipam o fim,
como as explicações prévias,
alguns ensaios,
as muitas incertezas que vão se juntando,
uma pedra no meio do caminho,
intransponível,
medonha,
mesquinha e muito triste,
antecipam o fim do que podia ter sido,
como a última pedra em cima do assunto.

Waleska Dacal.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Bananas de Pijama!


Quase duas da manhã, e eu aqui, perdi o sono!Juro que tava dormindo tão gostoso, depois de um dia cansativo e de alguns alongamentos simpáticos, seguidos de floreios e mais floreios da aula de Flamenco(quem dança sabe o quanto é puxado, mas faz bem a alma!!!)Cheguei em casa cantando aos quatro ventos: é hoje, é hoje que eu vou dormir! É hoje que eu só acordo amanhã!!!Feliz da vida!E teria sido assim, observem, teria sido!(o que lasca tudo é essa coisa de termos que flexionar o verbo para dar sentido a tudo!), mas, qual não foi a minha surpresa, quando acordei assustada com o barulho que vinha do apartamento em cima do meu, ficamos PASSADAS, eu e minha filhota que também acordou, com cada olho...

Comecei a tentar me situar:

1. Meu Deus, acho que estão roubando o apartamento do vizinho, por que pela zoada, faxina é que não podia ser, ainda mais que já passava da meia-noite!

2. Ah, devem estar socorrendo alguém, alguém deve ter tido uma 'bilora', por isso esse corre-corre!

3.No auge do meu desespero eu conclui: ah, não! Só pode ser a cavalaria!

(...) que toquem os clarins, então!

Minha gente, levantei encaralhada!!!virada num saco de pentelho! E fui ligar para a portaria do residencial... que alguém, por favor, tomasse alguma providência!
pronto!!!!!voltei pra minha caminha gostosa: É agora, meu Deus, agora vou dormir!
O quê?
Ave Maria, dessa vez a cavalaria tá descendo e vem aqui pra minha casa, só podia ser isso!

Liguei pra minha comadre:

-Marilene, liga pra portaria!

-oxe, já liguei!Vamos lá na casa do vizinho?

- Não! Vamos pessoalmente na portaria!

E lá fomos nós...e eu fui logo abordando o porteiro:

-Ô, menino...

e ele: - já sei, é sobre o apartamento 108, não é?
-é, sim! O que é aquilo, hein?A chegada da cavalaria?Olhe eu preciso dormir, viu?(um bico que eu tava, um abuso do mundo inteiro...ai, ai).

- mas eu já fui lá, disseram que é o menino que não quer dormir!

- ah, (respondi eu), ele não quer não?Mas EU QUERO!!!!!!FAÇA ALGUMA COISA!!!!

-e o zé roela: escreva aqui no livro de registros!!!!

POOOOOOOOOTAQUEPARIU!Escrever????Mais do que eu já escrevo?Deus me livre!
Voltei indignada com a minha comadre, nós duas de pijama, bananas de pijama! e chegamos a tempo de ver os tais vizinhos, visitantes na verdade, pelo estilo rústico, a la família BUSCAPÉ, acho que tinham vindo do Interior, daí a falta de senso em relação às normas de boa convivência em condomínios de apartamento!Lá estavam:

um senhor de uma certa idade, sentado na porta do prédio, fumando um cigarrinho de palha.

Duas mulheres com cara de madalena arrependida, desconfiadíssimas...

E um menino raquítico de uns quatro anos, que, pela cara de danado, tenho certeza, era o comandante da cavalaria!!!

Creio em Deus pai, todo poderoso...
quase duas da manhã,
perdi a porra do sono!
Pelo adiantado da hora não posso nem ligar o som e rapassar uns passos da aula de flamenco...
e, depois de tomar uma caneca de café, certamente, dormir é que não vou!
O que me resta a fazer, então?
Olé!!!Acho que vou ficar treinando floreio!!!

WDR



...Em dias assim, eu me convulsiono na repercussão dessas coisas que escrevo, e que quando leio, dias depois, reforçam essa certeza, de que, por mais que eu escreva só para mim inúmeros textos, nunca mais deva falar sobre o que eu sinto!

(Waleska Dacal Reis)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Pensando besteira!!!

Todo coração que se preza deveria ficar mais calado, não devia sair por ai alardeando sobre as coisas que sente: alegrias, tristezas, temores, decepções, amores. Deveria ficar mais calado.
Tem mais charme um coração misterioso, meio blasé, assim distraido, distante.
Pois acontece, que quando um coração se abre, delega um poder a alguém, que passa a conhecê-lo e, de certa forma, dominá-lo, racionalmente ou emocionalmente!
É como um abrir de comportas, jorrando emoções por todos os lados...Ai, que todo coração fique calado! e eu, como uma voz que clama no deserto(rs), anuncio essa grande convocação ao silêncio PROFUNDO!!!!(rs, ainda consigo rir!!!!), e na falta de corações que atendam ao meu conselho, grito para o meu mesmo:
CALE A BOCA, FIO DA PESTE! FIQUE CALADO!!!!

sábado, 12 de abril de 2008

O anjo da morte

Hoje o anjo da morte passou por aqui, demoradamente.
Acordei por volta das cinco da manhã, minha amiga-irmã Lizianne, chorando ao telefone, dizendo que o gatinho dela estava morrendo...
Fui ao encontro dela sonolenta, desnorteada, mas a tempo de dividir essa imensa dor, talvez só entenda essas minhas palavras quem, assim como nós, tenha uma ligação forte com animais e não faça muita distinção entre gente e bicho.
E eu não sei o que foi mais difícil, vê-la chorando?Assistir aquele sofrimento medonho do Garibaldi? Meu Deus, como foi difícil! Vê-lo agonizar por longas e, quase, intermináveis horas, sem poder fazer muita coisa, nem chorar, nem desmoronar, só um silêncio e outro e muita prece!
Quase não consegui pensar!
Sabe aquele momento em que você lembra das palavras de Jesus em oração diante do seu próprio martírio: "Pai, o que tiver de ser feito que seja breve???!!!"
E ficamos eu e ela tentando nos consolar, de fato, fizemos tudo que tínhamos a fazer, bons médicos, rapidez na compra dos medicamentos, na realização dos exames. Toda assistência que estava ao nosso alcance, não desistimos, e não desistiríamos nunca!
Mas hoje, o anjo da morte, depois de um longo período de negociação nossa com ela, foi irredutível, roubou de nós o azul imenso dos olhos no nosso Gari, o meu Bibi, o Senhor Eulino do Rafa, O 'Gabiraldis', como chamava a louca da Marilene e o sem juízo do Pedro, o Gabinha da Mãe da Lizi, deixando todos nós a seu modo e a seu tempo, imensamente tristes, e aumentou, consideravelmente, esse peso que, já faz uns anos, carrego na alma!!!!
Um beijo, Garibaldi, existe um céu lindo só para os gatos, e eu quero ir pra lá quando eu morrer!!
Waleska.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dedicatória


Toma o meu canto,
a minha dança,
o meu fechar de olhos, assim,
de repente.

A minha música,
o meu pranto,
e até a minha capoeira,
sem cantiga alguma!

Toma o meu andar distante,
e impaciente,
a minha espera,
a minha vagueza,



o meu maior sorriso
e o meu andar distraido,
toma, também,
minhas noites em claro.

Toma o que é teu,
sem que tenhas pedido,
que assim, de improviso
e sem muita certeza,
te dou, também, aos poucos,
o meu silêncio.

WDR

terça-feira, 8 de abril de 2008

Algemas



O DESEJO MAIS CRUEL DE TODOS É AQUELE QUE SE DISFARÇA DE LIBERTADOR, POR SER O MAIS CAMUFLADO, PARECE SER TAMBÉM O MAIS AMISTOSO, E SE ESCONDE, MUITAS VEZES, POR TRÁS DE UM DISCURSO DE AMIZADE, COMPANHEIRISMO, SOLIDARIEDADE, ABNEGAÇÃO! E É TUDO MENTIRA.
ELE ESCONDE METROS E METROS NÃO CALCULADOS DE CORDA QUE PRENDE A ALMA, E SE APARENTEMENTE LHE DÁ, A PRINCIPIO, UMA SENSAÇÃO DE LIBERDADE (QUE FALSA LIBERDADE!!) É TÃO SOMENTE NA ESPREITA DO SEU PRIMEIRO MOMENTO DE FRAQUEZA, DA SUA PRIMEIRA QUEDA, PARA LHE ARRASTAR PARA PERTO DE SI, PARA LHE APRISIONAR COM TAMANHA DOÇURA E SUTILEZA QUE, SE VOCÊ OLHAR BEM, NEM VAI SE DAR CONTA DE QUE SE TEM ATADO E ISENTO DE QUALQUER POSSIBILIDADE DE AÇÃO.
COMPATÍVEL COM ESSE TIPO DE DESEJO SÓ A AÇÃO DO TEMPO, COM O LENITIVO DO ESQUECIMENTO, BÁLSAMO PRA LÁ DE CANFORADO!!!!
AH, QUE NÃO NOS SOBREM DÚVIDAS: É PRECISO FECHAR PORTAS E JANELAS BEM FECHADAS, QUANDO SOPRAR POR ENTRE NOSSOS CABELOS OS VENTOS QUE ANUNCIAM ESSES VELHOS DESEJOS, PROVOCANTES, SUTIS, MAS QUE CAUSAM IMENSA DEPENDÊNCIA, COMO A FEBRE PROVOCADA PELA ABSTINÊNCIA DE UM ÁLCOOL FORTE, OU DE QUALQUER OUTRO PSICOTRÓPICO, DESESPERADOR E ALUCINANTE.
DEIXE-SE RESISTIR AO MAIS ASSUSTADOR DOS FRIOS, AO MAIS DESESPERADOR DOS MEDOS, A MAIS ENLOUQUECEDORA DAS VONTADES, A MAIS CRUEL DAS ANGÚSTIAS, E A MAIOR DAS TRISTEZAS,
QUE VOCÊ TERÁ SOBREVIVIDO A UM VENDAVAL E TANTO, AQUELE QUE ARRASTA O MAIS RACIONAL DOS CORAÇÕES SEM PIEDADE: A PAIXÃO!
E ENTÃO, QUANDO POR FIM CHEGAR A CALMARIA, APESAR DAS TATUAGENS PERENES QUE SÃO AS CICATRIZES, VOCÊ TERÁ, SEM DÚVIDA, A PIOR DE TODAS AS CONSTATAÇÕES:

A DE QUE, POR MAIS FORTE QUE TENHA SIDO, ATÉ MESMO A MAIS AVASSALADORA DAS PAIXÕES UM DIA PASSA, AINDA QUE LEVE O QUE DE MELHOR VOCÊ GUARDOU CONSIGO!!!!


AGORA, SE VOCÊ NÃO ACREDITA, FAÇA COMO MUITOS: SENTE E CHORE!


(...) é que eu não ando nada simpática ultimamente!


Waleska Dacal

segunda-feira, 7 de abril de 2008




"Se no começo ele é apenas solidão e silêncio é que não se entrega aos amantes de um dia."
(Saint Exupery)

Estante



Seria fácil assim, como folhear um livro,
tomando nota de tudo que fosse mais importante,
algumas anotações básicas, pequenas citações,
ou qualquer detalhe que, por algum motivo,
pudesse ser relevante, dando indícios de como ela
estava...
Tão fácil, tão acessível, quanto acenar para o avião, por trás da vidraça,
dando leveza a consciência, num gesto de adeus, ou até breve,
desejo de colocar, de uma só vez, todas as pedras em cima do assunto.
E voltar ao velho livro companheiro de divagações e angústias, já tão
demarcado com as suas próprias digitais.
Seria fácil assim, como grifar as partes importantes de uma crítica literária
feita por pessoas confiáveis acerca daquele assunto tão novo,
mas que, apesar de toda curiosidade, não se atreveu a aprofundar se contentando com análises breves, terapias breves, noites insones, silêncios barulhentos, arrastar de correntes, sussurros, vozes.
Seria fácil até o limite do esquecimento, avançando pelo território perigoso da razão, escorregadio e niilista, assombrado pelo mais incontrolável desejo.
E de tão fácil, chegaria a escrever novas letras, com o nome dela, sobre o nome dela, sobre a pele dela, sobre a alma dela e, sobretudo, sobre ela mesma, misturadas que estavam e nem sabiam como.
Seria fácil assim, como traduzir velhos manuscritos de uma língua qualquer, morta e ainda não estudada, com toda a força motriz que gera o desconhecido, e perder, nesse entremeio, toda a certeza a despeito do que foi dito, proferido e, em comum acordo, silenciado. Até não escutar mais vozes, até já não ter mais referências, até voltar ao livro antigo, numa versão, quem sabe, já reeditada com revisão de algum escritor famoso, e esquecer as reticências, o porvir, as incertezas, os desejos, os medos todos, dissabores...fácil assim, como fechar um livro desejado e nunca lido, e devolvê-lo a estante.

Waleska Dacal Reis

domingo, 6 de abril de 2008

Cy D'Olimpio no meu blog!


Então lá vai, por hoje quero deixar registrado um pouco das coisas incríveis que acontecem comigo. Na última quinta-feira , pela manhã, estava checando minhas caixas de e-mail, como costumo fazer diariamente, quando, para minha surpresa leio o seguinte título: Letra de música no seu blog, e a remetente, ninguém mais ninguém menos que a Cy D'Olimpio.



No meu blog?

Como assim?


Cy D'Olimpio, pra quem não conhece, é uma cantora e compositora cearense, linda, de voz maravilhosa e alma encantadora que tive o prazer de conhecer através da minha querida, Alba Ribeiro. Elas duas se conheceram no período em que a Albinha foi transferida para a Superintendência do Banco do Nordeste em Fortaleza, local onde a Cy trabalhava, e, é claro, dada a sensibilidade das duas, a afinidade bateu de cara, e entre um telefonema e outro que eu dava para a Albinha, ou ela para mim, sempre acabávamos por falar sobre a Cy e o seu trabalho MARAVILHOSO, fiquei tão fã que no lançamento do seu CD NEM JAZZ NEM JEANS, a Albinha pediu que ela autografasse um para mim. E assim foi feito, mas isso já faz tanto tempo!


Qual não foi a minha surpresa ao receber um e-mail da Cy dizendo que andou lendo o meu blog assim, casualmente, viu uma citação de um trecho de uma música dela que eu postei, e ao ver o meu Nome e a cidade de Maceió, deduziu imediatamente, que eu poderia ser a amiga da Albinha para quem ela autografou um CD. Que memória brilhante! O engraçado é que, estando a Cy atualmente no Rio, ela e a Albinha acabaram perdendo o contato. Que destino irônico!!!


Ah, Cy! Acredite você ou não, eu estive olhando o seu CD um dia antes de você me postar aquele e-mail, ele tem tudo a ver com o momento que estou passando.


Saiba que aqui em Maceió você tem admiradoras fiéis, e dada a alegria de sabê-la visitando o meu blog, vou postar uma música do seu CD que tenho cantado e cantado e cantado, muito nessas últimas semanas. Virou quase profissão de fé! Beijo, querida, um beijo no seu coração!




Claro que eu estava atento e pude resolver,


tudo o que meu pensamento fazia por prazer,


dilúvios violentos em corações,


histórias secretas de escuridão,


mentiras de amores desnaturados.


Claro naquele momento eu decidi viver,


sempre quando me ausento, procuro me entender,


em tantas paixões que eu não vivi


nas notas ausentes dessa canção,


no tempo em que não há mais passado,



aprendi pela cidade, quero ser feliz!


Todos os olhares sabem do meu coração,


e eu preservei pra mim tudo que o destino quis


exceto um novo amor, carregado de paixão,


amor, carregado de paixão,


amor, carregado de paixão!!!



(Exceto- na voz maravilhosa de Cy D'Olimpio, CD Nem JAZZ Nem Jeans)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A sempre menina MULHER de sagitário

Existe dois tipos de sagitariana: as passivas e fracas que aceitam tudo sem levantar a cabeça, e as ORIGINAIS! Se o seu caso é o primeiro, não perca tempo lendo esta matéria.
Nem sempre ela dirá coisas que você quer ouvir. Na maioria das vezes, ela vai deixá-lo arrepiado com suas observações desconcertantes e francas. Mas de vez em quando dirá coisas tão maravilhosas que vão fazê-lo dançar de felicidade.
Ela talvez seja um pouco franca demais porque vê o mundo tal como ele é.
Ela não gosta de mentiras, e dificilmente alguma mulher de sagitário costuma mentir. A menos que tenha um ascendente em capricórnio, esta mulher dificilmente conseguirá convencer as pessoas quando estiver contando uma mentira. E a gente tem que admitir que isto é uma ótima qualidade, não é?
As sagitarianas são muito independentes, e ambos os sexos mantém uma certa distância aos laços familiares.
Quando quiser que ela faça algo, peça-lhe. Não tente mandar nela. A técnica dos homens das cavernas não funciona com esta mulher. Ela não nasceu para ser mandada, odeia ter que receber ordens e abomina todo homem que tente aprisioná-la. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo seu pai consegue dominá-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode lhe dar ordens!
A sagitariana não é de abrir mão da própria personalidade e da independência por homem algum. Deve ser por isso que as sagitarianas -logo atrás das aquarianas, - representam o maior numero de mulheres divorciadas!
Quanto mais nervosas ela fica, mais sarcástica e cínica se torna.
A sagitariana pode mandá-lo para o inferno com um grande sorriso nos lábios e ainda ridicularizá-lo na frente de todos, como se estivesse se divertindo. Ela tem esta capacidade de torná-lo o bobo da côrte, e ainda sair por cima como se nem tivesse sentido a força de suas ofensas.
Mas nem sempre ela será tão "amável" assim, quando estiver realmente irritada. Enfrentar a raiva desta mulher não é a melhor coisa do mundo. Como todo sagitariano(homem ou mulher) ela não é de armar o barraco, mas se resolver fazê-lo é melhor se esconder até a tempestade passar.
Afinal, não é prudente brigar com um signo que é metade gente, metade cavalo, e a metade humana ainda está armada!
Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher de sagitário como amiga.
Ela alegrará suas festas, será sua melhor confidente e sempre estará ao seu lado quando todos seus amigos tiverem abandonado o barco. Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar. Se repararem bem, a maioria das sagitarianas sempre recebem telefonemas de amigos que nunca conseguem esquecê-las, mesmo que estejam distantes.
Ela é uma das poucas mulheres que costuma ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que rolavam com ela na rua enquanto jogavam bola, e que um dia perceberam que aquela garota com jeito desajeitado de moleque, que andava descalça, um dia se tornou uma linda mulher.
Tentem reparar em uma sagitariana andando. Vejam como a maioria costuma andar com o nariz empinado, parecendo um cavalo puro sangue. Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante, mesmo quando tropeça e sai derrubando tudo pelo caminho! Sim, a coisa mais dificil de encontrar é uma sagitariana que não seja um pouco desajeitada.
Também costuma ter uma atitude um tanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a achar que é uma mulher fria e insensível.
Puro engano! Ela se emociona ao assistir um filme triste e sonha com você durante as noites em que estiver solitária, mesmo que nunca confesse isto. É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que você escreveu, restos de flores que enviou e a primeira entrada do cinema que foram juntos.
Mas não espere ver este seu tesouro tão cedo! A sagitariana não gosta de revelar seus segredinhos de amor. Deixar que você veja estes segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada!
Quando este romance acaba, por dentro ela pode estar chorando, mas responderá com tanta inteligência e habilidade às perguntas dos amigos, que todos pensarão que tudo não passou de um simples namorico de verão. Mal sabem como ela pode estar arrasada por dentro.
A idade realmente não importa quando o assunto é a sagitariana. Elas permanecem meninas mesmo quando envelhecem.
E elas adoram ser tratadas como meninas sapecas que não param no canto, sempre prontas a correr na rua com os garotos! E, é esta alegria de viver, este eterno otimismo que enfeitiçam os homens de bom gosto! Nenhuma mulher pode ser tão apaixonada pela vida quanto a sagitariana, e transmitir este amor por todos os cantos por onde passa.
Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro. Não importa que ela tenha milhões de amigos que ocupam grande parte do seu tempo, nem que passe o tempo todo planejando viagens ou sonhos que ainda quer realizar.
Amar uma mulher de sagitário é recompensador e nunca é monótono. Não importa que ela não tenha aprendido a dizer o quanto te ama, para ela isto é difícil.
Como já tive a felicidade de estar apaixonado por duas sagitarianas, sei que a melhor maneira que elas tem para demonstrar o que sentem, é pela a ação. Nenhuma mulher beija tão gostoso ou erradia tanta vida e alegria quanto um anjinho de sagitário que chegou a conclusão - após passar várias noites em claro - de que o que sente por você não é amizade, mas amor!
E, quando as setas do arqueiro penetram em nossos corações, não ha magia no mundo que possa nos livrar do poder do amor de uma sagitariana!