Hoje me bateu um cansaço, um cansaço daqueles que sempre me impelem a fazer tudo diferente:
trancar todas as portas,
deixar de acreditar tanto,
não abrir meu coração escancaradamente!
Um cansaço daqueles que me convidam a visitar os velhos fantasmas que guardo nos meus armários, convidá-los para um chá ou um café, e aproveitar a oportunidade pra dizer a eles que guardo lembranças doces no meu velho porão,
mas que o meu navio jaz abandonado, nas minhas incertezas, limitações e frustrações.
Hoje, o cansaço que eu sinto me ronda cantarolando canções tristes, canções que falam de mar, de saudade, de mim e de um 'VOCÊ', perdido em algum lugar dentro dessa represa na qual fui me trasformando, e que, em dias assim, de cansaço extremo, evidencia as paredes rachadas, de profundos vincos, ternas rachaduras, prontas para explodir no mais ruidoso pranto.
Mas, há que se fazer silêncio!
(...)
psiu!
Apaziguar os fantasmas, devolvê-los ao porão no mais profundo sono, já que não é possível amordaçá-los.
E abraçar o cansaço, soerguê-lo nos ombros, partilhar com ele da velha e boa intimidade, que é poder, de repente, sentar na mesma pedra, de volta ao mesmo cais, que, resistente ao tempo e a vendavais constantes, insiste em acalentar os velhos barcos.
Waleska Dacal Reis
P.S.: (...) e é por isso que eu digo: pior foi o padre, que voou e ninguém sabe onde ele está!!!!!!
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