"que eu já não tô nem ai pra essa conversa, que a história de nós dois não me interessa"...
(Ana Carolina)
No final das contas, isso tudo vai passar, faz parte do movimento natural que rege o universo, sem essa de conspirações astrais, ironias do destino, acaso ou coincidência, considere-se, porém, alguma carga kármica, dada a intensidade com que se anunciou e se fez presente durante o breve espaço de tempo em que foi alimentado e que teve permissão para viver.
Agora, sem essa, também, de ficar procurando justificativas plausíveis, grandes enredos de amores intermináveis, algum mal estar, alguma dor, gratidões ou desejos desconsertantes, diante disso tudo que não ouso, sequer, pronunciar o nome, não devemos intentar comparações, desvelos, ou apreços, nada que se pareça com futilidade, nada que seja compatível, por que, não tivemos tempo nem de dar nomes, de tão novo, de tão certo, ainda que perdido em meio a tantas incertezas.
No final das contas, a gente canta um samba, assiste a um filme triste, bem triste, de uma história de amor qualquer, que não chegou a ser por que não era amor, nem era história, nem conspirações astrais, nem profecias e se contenta em ver que sempre existe uma dor maior, um enredo mais triste, alguém que foi mais covarde, e que, é bem clichê mesmo essa coisa do medo do novo, e suas evidências, e depois, depois que a conta chegar, na manhã seguinte, a gente faz o caminho de volta, e tenta se alegrar com o fato de saber que ele foi breve, e tentar apagar o pouco que ficou registrado na lembrança, nome, sobrenome, voz e silêncio, a graça e a cor, e paga o preço alto das coisas não vividas.
Waleska Dacal
"foi o tempo que dedicastes à tua rosa que a fez tão importante"
(Exupery)
e para finalizar, 'querido diário', vou abrir uma exceção e postar uma música da Vanessa da Mata que tem muito a ver comigo:
Achei você no meu jardim
Entristecido
Coração partido
Bichinho arredio
Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim
Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei
Fiz tudo, todo meu destino
Eu dividi, ensinei de pouquinho
Gostar de si, ter esperança e persistência
Sempre
A minha herança pra você
É uma flor com um sino, uma canção
Um sonho em uma árvore ou uma pedra
Eu deixarei
A minha herança pra você
É o amor capaz de fazê-lo tranqüilo
Pleno, reconhecendo o mundo
O que há em si
E hoje nos lembramos
Sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza estava juntando
Você e eu...Achei você no meu jardim!
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